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Brasil perdeu área de vegetação nativa equivalente a 10% do território nacional entre 1985 e 2019

Redução acumulada é de 87,2 milhões de hectares, mostra Coleção 5 do MapBiomas. Mapas e dados atualizados de cobertura e uso da terra estão disponíveis

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Os mapas e dados atualizados do MapBiomas mostram que o Brasil perdeu 87,2 milhões de hectares de áreas de vegetação nativa, de 1985 a 2019. Isso equivale a 10,25% do território nacional. O ritmo de perda de vegetação nativa acelerou no Brasil entre 2018 e 2019. É o que aponta a Coleção 5 do MapBiomas.

A série histórica de mapas e dados anuais de cobertura e uso da terra no país, de 1985 a 2019, foi apresentada nesta sexta-feira (28), no 5º Seminário Anual do MapBiomas: Revelando o Uso da Terra no Brasil com Ciência e Transparência. O vídeo da apresentação está disponível na íntegra:

A atualização da plataforma, de uso público e gratuito, trará novas funcionalidades e camadas de informação, como a evolução da área de irrigação, a avaliação da qualidade das pastagens e o mapeamento da vegetação natural em regeneração em todo o território nacional.

Os dados da Coleção 5 do MapBiomas mostram que mais da metade da perda de vegetação nativa no Brasil (44 Mha) ocorreu na Amazônia. No Cerrado, a redução foi de 28,5 Mha. Entre os seis biomas brasileiros, foi o que mais perdeu vegetação nativa em termos proporcionais: 21,3%.

O Pampa também teve uma elevada taxa de diminuição de cobertura vegetal remanescente: 20% (2,3 Mha). Por outro lado, a área de florestas plantadas no bioma gaúcho cresceu 4,9 vezes.

No Pantanal, a perda de vegetação nativa foi de 12%, com aumento de 4,7 vezes da área total de pastagens plantadas. Na Caatinga, a queda de área de vegetação remanescente foi de 11%, com expansão de 26% para agropecuária.

Na Mata Atlântica, encontram-se 57% das áreas urbanas do país. A área de infraestrutura urbana no bioma cresceu 2,5 vezes de 1985 a 2019; a área de agricultura dobrou.

De toda a perda de vegetação natural no Brasil, incluindo floresta, savana, campos e mangue, pelo menos 90% foram ocupados pelo uso agropecuário, cuja expansão foi de 78 milhões de hectares (43% de crescimento desde 1985).

Coleção 5 do MapBiomas: mais dados, mais profundidade, mais transparência

Entre as novidades da Coleção 5 estão dados de desmatamento e regeneração, como a velocidade de perda de vegetação nativa por bioma e visões dos territórios onde, proporcionalmente, há mais vegetação secundária.

Apesar de o país contar com 66,8% do território coberto por vegetação nativa, isso não significa que são áreas preservadas.

“O levantamento do MapBiomas aponta que pelo menos 9,3% de toda a vegetação natural do Brasil é secundária, ou seja, são áreas que já foram desmatadas e convertidas para uso antrópico pelo menos uma vez. Da área que nunca foi desmatada, há uma fração que já foi degradada por fogo ou exploração madeireira predatória. Quantificar esse processo de degradação das florestas é um dos próximos desafios que vamos enfrentar”

explica Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas

No monitoramento das áreas de agropecuária, foram incluídos dados de irrigação, lavouras temporárias, como soja e cana, e perenes, além de melhorias nos mapeamentos de pastagem e agricultura no Brasil.

Entre os trabalhos em versão experimental e inédita, está a avaliação da qualidade das pastagens no Brasil para os anos de 2010 e 2018.

“Os dados mostram que houve uma evolução importante. A área de pastagem com sinal de degradação caiu de 72% para pouco mais de 60% em 8 anos”

afirma o professor da UFG e coordenador da equipe de pastagem do MapBiomas, Laerte Ferreira

O entendimento do grau de degradação das pastagens é fundamental tanto para controlar as emissões de gases de efeito estufa quanto para melhorar a produtividade e reduzir a pressão de desmatamento nos biomas.

“As pastagens degradadas emitem carbono, enquanto as bem manejadas captam carbono no solo”

explica Ferreira

Os mapas anuais de cobertura e uso do solo do Brasil do MapBiomas têm resolução de 30 metros (cada pixel representa uma área de 30 metros x 30 metros). A coleção pode ser baixada e utilizada em sistemas de informação geográfica ou acessada pela plataforma web disponível em mapbiomas.org.

É possível visualizar os dados em recortes territoriais de biomas, estados, municípios, terras indígenas, unidades de conservação, infraestrutura de transporte, energia, mineração e bacias hidrográficas; módulos de mapas e estatísticas de desmatamento/supressão e recuperação de florestas e vegetação nativa em todos os biomas do país; além de infográficos e mapa mural do Brasil e de cada bioma. A ferramenta é pública e gratuita.

Imagens: MapBiomas

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