Quem assistiu ao primeiro filme da franquia ‘O Predador’, lançado em 1987, provavelmente se pegou pensando em algo como “seria interessante se eu também pudesse enxergar o calor”. No filme, o Major Alan “Dutch” Schaeffer, interpretado por Arnold Schwarzenegger, consegue derrotar o alienígena do título somente após descobrir que o inimigo se orientava pelas variações de calor no ambiente e não enxergava através da água (e da lama) porque a sua visão era infravermelha.
A partir de reflexões feitas sobre um blockbuster, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) deu início às suas pesquisas na linha de termografia com o auxílio de drones. A técnica de registro gráfico é empregada desde a medicina até indústrias para medir a energia infravermelha emitida por um objeto e, em seguida, transformá-la em imagens com tons coloridos que correspondem às diferentes temperaturas registradas.
Hoje, a câmara termográfica embarcada no drone é uma ferramenta que auxilia no processo de inspeções para a identificação de patologias construtivas em fachadas de edifícios.
A câmera de infravermelho fornece uma imagem térmica (o chamado termograma) com dados de temperatura da superfície da fachada. Quando há algum tipo de irregularidade no material, o fluxo de calor é alterado (tanto do ambiente externo para o interior dos materiais da fachada, quanto vice-versa) e o termograma indicará a distribuição irregular de temperaturas na superfície da fachada. Isso permite destacar anomalias, como a presença de fissuras.
A tecnologia possibilita a inspeção em regiões da edificação de difícil acesso, registrando anomalias de maneira rápida em imagens de alta definição, que subsidiam os pesquisadores para a tomada de decisão quanto ao estabelecimento de diretrizes corretivas. O resultado é uma maior assertividade nos relatórios gerados por apresentar dados analíticos detalhados.