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Centro de Estudos da Metrópole atualiza base de dados de logradouros em São Paulo

Material acaba de ser atualizado e totaliza mais de 325 mil trechos viários da RMSP. O CEM disponibiliza, ainda, a base cartográfica das 82 regiões metropolitanas do país, dentro de um conjunto de 26 arquivos que trazem as bases da divisão territorial nacional

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O Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp) oferece a mais ampla base de dados disponível de forma gratuita sobre os logradouros da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A base de dados que contém as ruas, avenidas, travessas, pontes e viadutos da maior área metropolitana do Brasil acaba de ser atualizada pela equipe de Difusão e Transferência do CEM. Totaliza 326.058 segmentos ou trechos viários – de esquina a esquina –, dos quais 89% tem nome, numeração dos imóveis e código de endereçamento postal (CEP).

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“Este número é bastante significativo, se levarmos em conta a excepcional dinâmica do espaço urbano metropolitano”, ressalta Daniel Waldvogel Thomé da Silva, pesquisador responsável pelo trabalho de atualização. Ele conta que é possível observar, durante o trabalho de construção e atualização dessa base de dados, a manutenção da tendência de adensamento e estabilização em detrimento da expansão do tecido urbano, mas que, ainda assim, a RMSP incorpora um grande volume de alterações: novos assentamentos, implantes residenciais, condomínios, eixos viários e de transporte urbano, grandes equipamentos etc. “São mudanças que determinam importantes impactos nas diversas cartografias, na representação geométrica ou nos atributos e um trabalho constante de atualização”, completa.

Mariana Giannotti, coordenadora da Área de Transferência e Difusão do CEM, lembra que a base de logradouros é a principal dentro do conjunto dos arquivos cartográficos georreferenciados do acervo CEM referente à RMSP. Isso porque ela representa a infraestrutura viária da cidade, permitindo inferir a localização de praças, parques, canais hidrográficos e demais tramas do desenho urbano, assim como localizar os mais variados eventos. “É a ferramenta por excelência na localização e geocodificação de fenômenos pontuais – pessoas, eventos, equipamentos etc”, aponta.

Desde o início dos anos 2000, quando foi criada, a base CEM de logradouros incorporou um grande número de alterações. Mais de 45 mil, o que corresponde a 14% do total de segmentos, foram alterados ou incorporados desde 2014. As alterações referem-se à geometria, ou seja, ao desenho ou traçado, ou aos dados referentes a cada segmento, os atributos. O traçado das vias, ou seja, o eixo das ruas, avenidas, rodovias, viadutos etc, pode ser realocado para um posicionamento mais preciso, assim como podem ser acrescidos de novos segmentos, por exemplo. Os atributos podem, igualmente, ser ajustados ou complementados: nome da via, CEP, numeração imobiliária, distrito a que pertence etc.

Assim, do mesmo modo que os arquivos de parques, escolas, estações ou setores censitários, a base de logradouros da RMSP é uma cartografia em permanente reelaboração. Novas geometrias ou atributos são incorporados a partir de processos diversos. Um deles são as pesquisas desenvolvidas no âmbito do CEM e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), uma das instituições nas quais o CEM está sediado, além da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

Outro processo usado para a construção e atualização da base de dados é a consulta a imagens e dados disponibilizados na Internet, como o sistema Google ou sites oficiais de prefeituras e outros órgãos públicos. São feitas, ainda, incursões in loco, quando as fontes indiretas revelam-se insuficientes.

A construção de bases de dados robustas sobre o espaço metropolitano e sua disponibilização de forma gratuita para a sociedade é uma das missões e diretrizes do CEM desde sua fundação. “Nossas matrizes cartográficas são construídas com a finalidade de embasar e apoiar as pesquisas desenvolvidas pelo CEM, inexistindo quaisquer direcionamentos no sentido de exploração comercial. Dada a qualidade e quantidade de informação dessas bases, vimos que não faz sentido mantê-las só para uso dos nossos pesquisadores, então disponibilizá-las para a comunidade científica e a sociedade em geral foi um passo natural”, completa Eduardo Marques, diretor do CEM.

Divisões Territoriais

Além da base de logradouros, o CEM disponibiliza, de forma digital, um conjunto de 26 arquivos que compõe as divisões territoriais do Brasil. São bases de dados com os limites municipais, estaduais, regiões metropolitanas, macrozonas, regiões geográficas, articulação urbana, polos, sedes, dentre outros, que compõem um importante retrato dos limites territoriais brasileiros.

Especial interesse é dedicado às Regiões Metropolitanas, instância geográfica e institucional presente na terminologia administrativa e acadêmica brasileiras desde o início dos anos 1970. A Equipe de Transferência pesquisa e elabora cartografias e dados relativos aos recortes do tipo região metropolitana (RM), aglomeração urbana (AU) e Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE). A principal fonte dessa pesquisa são as planilhas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Semestrais ou anuais, informam as alterações ocorridas em todo o país: novas unidades regionais, incorporação ou exclusão de municípios, novos textos legais etc.

Essa pesquisa permite que o CEM coloque à disposição, de forma gratuita e online, uma base cartográfica com as 82 RM brasileiras, e também uma versão alternativa contendo apenas as 14 regiões metropolitanas mais utilizadas nas análises investigativas e comparativas, que denominamos regiões metropolitanas CEM. São elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Campinas, Salvador, Goiânia, Distrito Federal e Entorno, Belém, Vitória e Baixada Santista.

Para consultar essas e outras bases de dados do CEM-Cepid/Fapesp, basta ir até a página http://centrodametropole.fflch.usp.br/pt-br/download-de-dados e selecionar, no menu do lado esquerdo, “TEMAS”, o item Sistema Viário ou Divisão Territorial. É preciso oferecer o e-mail na página inicial de acesso ao banco de dados. Ele é imediatamente liberado; não é preciso esperar para receber nenhuma comunicação de autorização do CEM para começar a usar as bases. No entanto, é obrigatório citar o CEM nos trabalhos científicos que utilizam informações de nossas bases de dados.

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