A utilização de aeronaves remotamente pilotadas (RPAS) — popularmente conhecidas como drones — em atividades comerciais tem se tornado cada vez mais frequente no país.
Recentemente, com a emissão de mais uma autorização de projeto para exploração comercial realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o número de drones aumentou. A novidade desta vez é que o modelo batizado de RPAS-112 se tornou o primeiro drone certificado pela Agência movido à combustão.
Com uma estrutura convencional de asa fixa, de envergadura de quatro metros e comprimento de aproximadamente de três metros, a aeronave — que também possui altura de 50 centímetros e peso máximo de decolagem de 25 quilos — poderá realizar voos além da linha de visada visual (beyond visual line of sight – BVLOS), em até 120 metros de altitudes e até sete quilômetros de distância do ponto de decolagem.
Na última quinta-feira (10/6), representantes da ANAC, EDP, empresa que atua em segmentos do setor elétrico e idealizadora do projeto, e da ENERGIAS – Assessoria em Sistemas de Energia e Comércio Ltda – participaram da solenidade de certificação da aeronave.
Durante o evento, o Superintendente de Aeronavegabilidade da Agência, Roberto Honorato, destacou que “esta aprovação emitida pela ANAC demonstra a capacidade da tecnologia em atender demandas específicas da sociedade, para as quais as formas usuais se mostram onerosas ou mesmo de difícil escala.
Além disso, o fato deste desenvolvimento ser realizado no Brasil sinaliza que o projeto e fabricação de drones está em alta. Os benefícios para a sociedade Brasileira tendem a ser crescentes.”
Etapas de trabalho e utilização da tecnologia
O processo de certificação do RPAS-112 foi concluído após três anos de intenso trabalho, período que a área técnica da Agência validou etapas importantes do projeto de desenvolvimento e de tecnologia do drone, como análise dos relatórios, acompanhamento dos ensaios de voos realizados e ateste do cumprimento dos normativos existentes. A última etapa do processo de autorização ocorreu em abril deste ano, com a realização de testes acompanhados por técnicos da ANAC na cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo.
A certificação do projeto foi conduzida na Agência pela Energias, empresa especializada na legislação do setor energético e em desenvolvimento tecnológico. O drone será empregado em atividades relacionadas à inspeção de linhas de transmissão elétrica operadas pela EDP — distribuidora de energia — em cidades de São Paulo e do Espírito Santo. Além da certificação da ANAC, o drone possui autorizações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e das Agências de Telecomunicação (Anatel) e de Energia Elétrica (ANEEL).
Assessoria de Comunicação Social da ANAC