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IBGE lança Atlas Nacional Digital do Brasil comemorativo ao Bicentenário da Independência

Obra atualiza informações geográficas sobre o território brasileiro com mapas, gráficos, tabelas, fotos e textos.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou hoje (29/9) o Atlas Nacional Digital do Brasil 2022, comemorativo ao Bicentenário da Independência. Atualizando as informações geográficas sobre o território brasileiro, o Atlas articula mapas, gráficos, tabelas, fotos e textos, ampliando a capacidade de observar a realidade territorial em constante transformação no país. Com seu Caderno Temático, a obra busca avançar no processo de visibilização geográfica e estatística da diversidade cultural, abordando temas relativos à cor ou raça e aos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil.

Responsável pela difusão do conhecimento geográfico do Brasil entre o público em geral e estudantes de todos os níveis de ensino, o Atlas reúne informações levantadas não só pelo IBGE, como por instituições públicas, tornando-se instrumento estratégico para o conhecimento da diversidade regional do país e para o planejamento do futuro. O projeto está estruturado em torno de quatro grandes eixos temáticos: O Brasil no mundo; Território e meio ambiente; Sociedade e economia; e Redes geográficas. A emergência mundial gerada pela pandemia de Covid-19 também é abordada em várias partes da obra, uma vez que alterou expectativas socioeconômicas que tiveram repercussão nos vários temas do livro.

“O projeto do Atlas do IBGE, que vem desde a década de 1950, reforça o conhecimento do país e a própria formação da identidade nacional”, comenta Adma Hamam, uma das coordenadoras do projeto. “E a ampliação do temário abordado na edição de 2022 demonstra a evolução e a complexidade de nossa sociedade na contemporaneidade”, acrescenta a geógrafa.


Quatro eixos temáticos guiam a leitura

O primeiro capítulo do Atlas Nacional Digital do Brasil 2022 trata da inserção do Brasil no cenário mundial, abordando questões como a desigualdade social, o acesso a informações, às redes geográficas e às fontes energéticas. Ressalta que as diversas formas de inclusão do Brasil no mundo afetam a própria geografia do país, pois grande parte das atividades aqui desenvolvidas relaciona-se também com o mercado mundial.

A relação entre território e meio ambiente é abordada no segundo capítulo, enfatizando que o espaço geográfico representa um dos fundamentos da identidade nacional, o que torna seus mapas uma referência central desta identidade e de seu reconhecimento no mundo. Trata da divisão política, da regionalização e do meio ambiente, com ênfase na biodiversidade e na geodiversidade do território nacional. Apresenta as variadas paisagens e recursos naturais, mas também cita os processos ambientais que podem gerar riscos, inerentes à forma de ocupação do território.

“Nesse conjunto, destacamos os mapas de ocorrência de abalos sísmicos, o de suscetibilidade a deslizamentos e o de espécies ameaçadas de extinção, que agora, além da fauna, traz a flora ameaçada”, comenta Rosangela Botelho, geógrafa da Coordenação de Geografia e Meio Ambiente do IBGE.

O tema Sociedade e economia, no terceiro capítulo, ressalta que a formação econômica e social é uma categoria fundamental para entender o espaço. Ele aborda dinâmica geográfica, desigualdades regionais, direitos humanos e espaço econômico (demonstrando, por exemplo, que as culturas de soja e milho continuam a avançar sobre os biomas Amazônia e Cerrado na última década). Também cita a questão da pandemia, lembrando que no ano de 2021, o Brasil perdeu 607.270 pessoas em decorrência do coronavírus. E revela que, no mesmo ano, entre todos os Estados, o menor número de óbitos por Covid a cada 100 mil habitantes ocorreu no Maranhão (103,40), de acordo com os dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde em 2021.

O último eixo, Redes geográficas, considera as redes como elementos centrais de compreensão da dinâmica e da transformação do espaço geográfico contemporâneo. Inclui as redes geodésicas, cartográfica, urbana, viárias, energéticas, telefônicas, informacionais e de comunicação. Também neste capítulo surgem dados sobre a Covid-19, visto que a pandemia expôs a enorme diferença existente no deslocamento de brasileiros para acesso à UTI. Em geral, os estados do Sudeste e do Sul possuem os menores tempos de deslocamentos, ao que se adicionam os estados do Nordeste oriental, isto é, de Alagoas ao Rio Grande do Norte. Esse padrão segue razoavelmente a distribuição demográfica, coincidindo com as áreas de maior densidade, portanto, maior oferta de equipamentos hospitalares.

Povos e Comunidades Tradicionais ganham caderno especial

O Caderno Temático que integra o Atlas se soma aos esforços do IBGE em oferecer informações oficiais cada vez mais detalhadas sobre os diversos Povos e Comunidades Tradicionais e segmentos de cor ou raça presentes no país. O caderno apresenta análise inédita do perfil socioeconômico e da produção agropecuária de produtores pretos, pardos, indígenas e extrativistas, com base em dados de cor ou raça e extrativismo do Censo Agropecuário 2017.

Com auxílio de mapas específicos, foi traçado um panorama inédito da localização da produção e dos produtores indígenas, trazendo dados sobre a distribuição espacial, distribuição etária, características dos estabelecimentos, pessoas ocupadas na produção, acesso a orientação técnica, energia, internet, valor médio e destino da produção, e acesso a financiamento.

Ainda no contexto das categorias de cor ou raça, destaca-se a análise espacial da distribuição regional de produtores pretos e pardos que sabiam ler e escrever, no total de cada um desses grupos, em 2017. Dentre os produtores pretos, os maiores percentuais dos que sabiam ler e escrever estavam nas regiões Sul (84%), Centro-Oeste (77%) e Sudeste (74%). Estas mesmas regiões apresentaram percentuais mais elevados de produtores pardos que sabiam ler e escrever no total de produtores pardos (Sul 90%, Centro-Oeste 89% e Sudeste 84%).

Para Daiane de Paula Ciriáco, geógrafa do IBGE e que também coordenou o projeto, é de extrema importância que se dê visibilidade aos povos e comunidades tradicionais. “O IBGE vem aprimorando suas ferramentas tanto de produção de dados quanto de análise desses dados, fazendo um trabalho para refinar, melhorar e incluir outros povos e comunidades tradicionais nos produtos que divulgamos”, ressalta. Segundo Daiane, a inclusão nesta obra dos dados do Censo Agropecuário 2017 evidencia os esforços do Instituto nesse sentido.

Com informações e imagens do IBGE

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