Os programas de agências espaciais voltados à presença humana na Lua serão os responsáveis pelo crescimento de investimentos governamentais no setor. A diferença em relação a décadas anteriores é que havia poucos atores no mercado, em geral públicos, e agora há uma presença mais significativa de empresas privadas, propagando recursos para mais áreas.
De acordo com o relatório “Prospects for Space Exploration”, publicado pela consultoria Euroconsult, governos de todo o globo investirão US$ 287 bilhões em programas espaciais entre 2022 e 2031, um aumento de 52% na comparação com os dez anos anteriores. Só o número de missões vai saltar de 52 para 170 no mesmo espaço de tempo.
Esse investimento não é exclusivo dos programas lunares, mas boa parte dos recursos será destinada a esse fim. Diretamente para a exploração da Lua serão investidos US$ 37 bilhões, não apenas pelos Estados Unidos, mas todos os outros países envolvidos no programa Artemis, além da China e Rússia que estão desenvolvendo a Estação de Pesquisa Lunar Internacional. A projeção é de 55 missões lunares no período.
Entretanto, segundo a Euroconsult, 36% de todo o investimento governamental será para o segmento de transporte, que engloba veículos lunares e de lançamento, como o SLS/Orion que faz parte da missão Artemis. Isso significa um montante estimado em US$ 103 bilhões.
“Nossas projeções indicam que as atividades lunares e cislunares fornecerão um importante ponto focal para catalisar investimentos no mercado de exploração espacial nos próximos anos. De fato, a exploração da lua funcionará como um ‘degrau’ para futuros empreendimentos em Marte, e os investimentos dos governos nesta aplicação devem aumentar drasticamente em mais de 4,6 vezes na próxima década, em comparação com a anterior.”
Miguel Ouellette, sócio da Euroconsult.
Outras atividades
O estudo da Euroconsult aponta que o segmento que terá mais participação depois de transporte é o de infraestrutura orbital, que receberá US$ 59 bilhões entre 2022 e 2031. Na sequência aparecem as atividades de astronomia, astrofísica e heliofísica, com US$ 48 bilhões.
Além da exploração lunar, os programas destinados a missões para o planeta Marte também terão um crescimento na década, saindo de US$ 13 bilhões para US$ 23 bilhões. A estimativa é de que o número de missões chegue a 14 até 2031.
A Euroconsult ainda projeta investimento de US$ 17 bilhões no segmento de exploração do espaço profundo.
“Espera-se que as empresas privadas desempenhem um papel cada vez mais importante nesses desenvolvimentos, com até 60 missões lunares comerciais a serem lançadas na próxima década. No entanto, o papel dos governos ainda será crucial para apoiar a indústria, especialmente como cliente de soluções comerciais, bem como em termos de compartilhamento de custos, riscos e responsabilidades nos empreendimentos de exploração espacial.”
Miguel Ouellette, sócio da Euroconsult.
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