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Gol aposta em parcerias estratégicas para viabilizar eVTOLs no Brasil

Companhia aérea realizou pedido de 250 aeronaves para quatro passageiros da Vertical Aerospace e planeja iniciar operações em São Paulo, onde estão os dois principais aeroportos do país

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Ao passo em que a tecnologia dos eVTOLs, os veículos elétricos de decolagem e pouso vertical, fica mais próxima de se tornar realidade, diversas companhias aéreas e operadoras de táxi-aéreo têm passado da mera observação desse mercado em potencial para uma posição mais nítida e estratégica em relação ao que representará, em breve, a Mobilidade Aérea Avançada (AAM, na sigla em inglês).

Foi nesse sentido que a Gol, uma das principais companhias aéreas brasileiras, decidiu em 2021 entrar de vez nesse mercado, quando anunciou em conjunto com o Grupo Comporte a intenção de aquisição e/ou arrendamento de 250 eVTOLs do modelo VX4 da fabricante britânica Vertical Aerospace – o acordo foi feito com a empresa de leasing tradicional do mercado aeronáutico Avolon.

Desde então a companhia aérea não detalhou como e onde pretende operar essas aeronaves. A única pista que foi dada é que o foco serão os grandes centros urbanos, com início das operações na região de São Paulo, conhecida por um tráfego intenso de helicópteros e que conta com os dois aeroportos mais movimentados do Brasil: Congonhas e Guarulhos.

A expectativa é de que a Gol integre a malha de voos com aviões com as rotas nas cidades realizadas com eVTOLs. Dessa maneira, poderia oferecer ao cliente um serviço que vai praticamente de porta a porta. A empresa também pode apostar em deslocamentos curtos com os eVTOLs, da mesma forma que as operadoras de helicópteros fazem atualmente.

Para concretizar os planos, a Gol vai precisar contar com uma estrutura em solo capaz de dar vazão a tantos eVTOLs. Pensando nisso, ela ampliou as parcerias com Vertical Aerospace, Grupo Comporte e Avolon com a chegada da Corporación América Airports a esse consórcio.

Esse grupo é a maior operadora do mundo de aeroportos do setor privado em número de terminais. São 56 espalhados em seis países. No Brasil, está no consórcio que administra os aeroportos de Brasília e São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Na América do Sul, está presente ainda na Argentina, Equador e Uruguai.

A entrada da Corporación América Airports fecha uma lacuna que faltava à Gol, que é a estrutura de operação, ou seja, os vertiportos. Nessa parceria, serão definidos o design e as localizações dos vertiportos, bem como outras estruturas necessárias para a operação dos eVTOLs, como o fornecimento de energia para carregamento das aeronaves e as possibilidades de integração com outros modais, inclusive aéreos.

Em paralelo, a Gol aguarda o avanço no desenvolvimento do VX4 da Vertical Aerospace. No último mês de setembro, o eVTOL realizou o primeiro voo de teste e iniciou a campanha de ensaios para buscar a certificação da aeronave na Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido (CAA, na sigla em inglês) e também na Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA, na sigla em inglês), até 2025.

A Gol também tem trabalhado com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para verificar a viabilidade da certificação do VX4 no Brasil. De acordo com profissionais da própria ANAC, a agência tem se reunido constantemente com autoridades aeronáuticas estrangeiras, inclusive da Europa, para facilitar a certificação dos modelos de eVTOLs de outros países.

O VX4 é um eVTOL com capacidade para quatro passageiros e um piloto e projetado para alcançar 160 quilômetros com velocidade de até 320 km/h. Além disso, o ruído gerado pela aeronave é 100 vezes menor do que de um helicóptero em voo de cruzeiro e 30 vezes menor nos procedimentos de decolagem e pouso.

O aspecto relacionado ao meio ambiente, aliás, é outro motivo que levou a Gol a apostar nos eVTOLs. Com o setor aeronáutico comprometido a reduzir a emissão de gases do efeito estufa, um dos caminhos para chegar lá é a utilização de aeronaves mais sustentáveis. É nitidamente o caso dos eVTOLs, que já nasceram com essa proposta, o que vai ao encontro do plano da Gol de atingir neutralidade de carbono até 2050.

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