Os efeitos das mudanças climáticas já estão impactando diversos setores e, dentre eles, está o agronegócio. Altas temperaturas, climas atípicos, fortes chuvas e outros exemplos são fatores que vêm fazendo parte da rotina do setor. E, diante disso, a melhor forma de lidar com a atual realidade é buscar por métodos eficazes que auxiliem no preparo frente as oscilações, algo que pode ser obtido por meio de uma análise preditiva.
Assim como diversos segmentos, o agronegócio trabalha com projeções que auxiliam nas previsões de safra para o ano seguinte. No entanto, a realização dessa atividade deve incluir, sobretudo, a crise climática que estamos atravessando, bem como compreender a fundo quais impactos pode ocasionar. Quanto a isso, de acordo com o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), as instabilidades do clima provocaram só no primeiro trimestre de 2022, uma queda de 5,2% no índice de produção agrícola, em comparação com o mesmo período no ano anterior.
E, tendo em vista que os impactos das mudanças climáticas podem ser maiores na América Latina, e que, certamente, poderá afetar o agronegócio, a realização de uma análise preditiva torna-se uma estratégia eficaz. Isso porque sua atribuição é capaz de auxiliar para um melhor monitoramento de dados e informações, que são obtidos por meio de atividades que são realizadas no dia a dia de forma automatizada, tais como preparo do campo, atividades de plantio, colheita, reconhecimento de grãos, controle de pragas, entre outras funções.
E, em se tratando das mudanças climáticas, a análise preditiva também pode auxiliar o setor agrícola com estudos analíticos acerca deste fator, verificando questões como a temperatura local, melhores condições para plantio, mapeamento de terras, além de uma melhor previsão das atuais demandas do mercado – as quais considera itens como preço e procura, o que ajuda para um melhor controle financeiro.
Contudo, para que essa intervenção surta o efeito almejado, é necessário que os dados obtidos sejam seguros. Isso é, de nada adianta obter informações que não tenham veracidade, uma vez que não irão auxiliar as empresas para tomadas de decisões assertivas. E, considerando a gama de atividades que o setor agrícola desempenha diariamente, mais do que investir no uso de ferramentas, é preciso estabelecer uma governança delas.
Neste aspecto, por meio de sistemas integrados, é possível armazenar dados e registros em um único local, facilitando o acesso e agilidade para a efetuação de análises preditivas. A partir disso, torna-se mais simplificado o processo de extração de informações e monitoramentos, embasado em uma estrutura sólida e compatível com as características do negócio.
Por sua vez, a atribuição desses recursos impacta diretamente na cultura da empresa, a qual precisará executar um protocolo de ações e atividades a fim de obter resultados promissores. Essa pode ser uma jornada desafiadora e, quanto a isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada é uma importante alternativa, uma vez que o time de especialistas irá auxiliar desde a organização de dados, até na interpretação dos indicadores para embasar uma gestão assertiva.
Levando em conta a proximidade do ano vigente e o alerta mundial das mudanças climáticas, é fundamental que o agronegócio invista, desde já, em soluções que ajudem no melhor preparo e organização. É válido destacar que não há como impedir os impactos das alterações do clima, entretanto, por meio de estratégias efetivas, é possível minimizar as consequências e obter melhores resultados frente o período de adversidade.
Podemos esperar que 2024 será um ano com diversos desafios, principalmente para o agronegócio, setor que está ainda mais sujeito as mudanças climáticas. Contudo, esse não é o momento de pânico, mas de traçar estratégias que ajudem no melhor desempenho. E, quanto a isso, o caminho é um só para garantir excelentes resultados: estar preparado.
* Márcio Games é gerente sênior de transformação digital na delaware, empresa global de tecnologia
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