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Psyche Aerospace realiza primeiro voo oficial do seu drone agrícola

Voo experimental aconteceu em São José dos Campos e marca início de nova fase na startup

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A Psyche Aerospace, startup aeroespacial com sede em São José dos Campos, interior de São Paulo, realizou em 6 de março passado o primeiro voo oficial do seu drone de pulverização agrícola. O feito é resultado de seis meses de projeto, desenvolvimento, manufatura e testes do Harpia P-71, o protótipo da empresa.

De acordo com Victor Galvão, mestre em engenharia e responsável pela tecnologia e engenharia do projeto, o desenvolvimento do P-71 representou um enorme desafio pela estrutura e robustez do eVTOL.

“Tanto pelo peso, energia, controle e estrutura, fomos instigados a fazer algo novo e desafiador. Hoje não existe referências para drones grandes. Tudo o que fizemos foi inédito, com todas as variáveis que o projeto de um eVTOL exige, mas com a complexidade e as dimensões muito maiores que os modelos convencionais”,

afirma.

Na visão de Galvão, os principais diferenciais para o sucesso do voo são a equipe e o respeito ao processo.

“A equipe é engajada, mesmo passando por dificuldades no desenvolvimento do projeto. Buscar entender cada fase, cada etapa e evoluir com calma e paciência foi determinante para o sucesso do protótipo. Por ser um drone nunca feito, são muitas variáveis que podem determinar o sucesso ou o fracasso da ideia. A equipe respeitou, entendeu e seguiu cada passo desse desenvolvimento”,

diz.

Em busca de voos cada vez melhores

Gabriel de Paula foi o piloto responsável pelo primeiro voo oficial e compartilha o desafio do ineditismo.

“Não tínhamos nenhuma referência nesse tamanho e com comandos tão sensíveis, o que foi uma responsabilidade tanto pela segurança estrutural do drone, quanto das pessoas envolvidas no projeto. Voar o P-71 representou um grande desafio que exigiu muito foco e atenção. Poder levantar e estabilizar o maior drone agrícola do mundo me deu uma satisfação pessoal muito grande”,

conclui.

O voo do Harpia P-71 da Psyche Aerospace inaugura uma nova página na história da startup que ainda irá completar seu primeiro ano de operações na planta fabril. A partir da próxima semana, um ciclo de novos testes em campo será colocado em prática para aprimorar as versões já desenvolvidas e consolidar o protótipo antes da sua fase de manufatura em escala.

“Após o primeiro voo, continuaremos os testes até estruturar o voo autônomo com inteligência artificial, respeitando os limites do eVTOL e toda a segurança necessária”,

comenta o piloto.

Respeito ao processo e desenvolvimento de novas versões

Ao levantar e estabilizar o seu drone, a Psyche Aerospace comemora e ao mesmo tempo reverencia um ciclo de aprendizados. Esta é a sexta versão de um protótipo desenvolvido em poucos meses na startup que já foi incubada num dos maiores hubs aeroespaciais do mundo, o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos, e hoje conta com uma fábrica de 2 mil metros quadrados na zona sul da mesma cidade.

“Ao longo do tempo, nós corrigimos todas as questões que impactavam o modelo em teste. Com isso, usamos a perícia e o conhecimento em material composto para desenvolver um protótipo cada vez mais leve, o que gera mudanças no projeto de fabricação e no próprio projeto em si”,

afirma Renato Mendes, diretor de manufatura da startup.

Mendes conta que o processo de validação da ideia passou ainda por voos em estrutura:

“Antes ainda do drone, voamos uma gaiola que foi essencial para testar e aprovar os componentes. Hoje temos toda a estrutura que funciona numa fuselagem ao mesmo tempo leve e resistente”.

Consultor de projetos da startup, Lauro Aburaya afirma que o projeto ainda deverá passar por novos aprimoramentos no que diz respeito à estrutura da manufatura.

“Ainda há outros métodos de material composto que podem ser experimentados para dar mais leveza, resistência, rapidez ao Harpia P-71”,

comenta.

Os métodos que Aburaya comenta serão testados ainda na fase de prototipagem, antes do início da manufatura em série.

A forma como o projeto Psyche foi desenvolvido, desde o início até o voo com sucesso representa um ciclo de aprendizados, na visão do diretor de processos e cofundador da empresa, João Barbosa:

“Nenhum insucesso foi em vão, nós evoluímos muito. Toda vez que você topa com a parede, você só tem uma alternativa que é atravessar. Em vez de buscar o perfeito, nós buscamos o real e isso fez com que tivéssemos alguns insucessos no caminho, mas foi por causa deles que aprendemos, aceleramos e otimizamos os processos com segurança e uso das tecnologias. Nós tínhamos uma missão que era levantar e pulverizar um drone de cento e sessenta quilos e conseguimos”.

As dimensões e a robustez do Harpia P-71 têm uma justificativa importante, segundo Barbosa.

“Para atender o Brasil, nós precisamos ter o maior, esse é o ponto de partida. O objetivo não é ser o maior do mundo, é ser o maior para atender a área produtiva do Brasil. Os brasileiros esquecem o tamanho da terra produtiva que temos e como o agro brasileiro sustenta o Brasil e o mundo”,

diz.

Ainda na visão do cofundador, a responsabilidade do projeto representa não só um desafio, mas também uma honra:

“A responsabilidade de quando você faz algo grande é maior do que o próprio projeto. O cuidado que nós temos para não danificar nenhum equipamento ou causar acidentes é muito grande. Nós prezamos por todos aqueles que estão em terra e por tudo aquilo que vamos colocar no ar. Não é trivial um objeto que terá mais de quinhentos quilos no ar. Nosso objetivo é voar cada vez melhor e com mais capacidade, mas para isso não podemos pular etapas”.

Quebra de paradigmas

Se até então o foco da Psyche era provar que a ideia de construir um drone e colocá-lo no ar era plausível, o que animou investidores, potenciais investidores e os proprietários dos mais de quinhentos mil hectares com cartas de intenção já assinadas e outros dois milhões em negociação, a missão agora é outra: operar um drone que pulveriza cada vez mais com segurança e inteligência.

Para isso, João Barbosa afirma que a expansão da fábrica, do time e do capital intelectual é um dos próximos passos. Barbosa afirma também que novas melhorias do projeto já estão traçadas a partir deste protótipo atual:

“Nosso caminho está bem definido para ser o maior drone agrícola de pulverização do mundo e com a maior carga útil de defensivos a serem pulverizados”.

Além de paradigmas, novos sonhos são gerados todos os dias na planta da Psyche Aerospace, de acordo com Barbosa.

“A Psyche se tornou um sonho, não importa os desafios, os contratempos, as frustações. Eu aprendi aqui que grandes coisas se constroem com grandes pessoas que querem algo maior. Todos os que estão, e o mais importante, todos os que se mantiveram aqui, são pessoas que têm um único objetivo em mente: a Psyche Aerospace precisa crescer para mudar o mundo”,

diz.

João Barbosa, co-fundador e diretor de processos da Psyche Aerospace, finaliza:

“Somos uma “startup underdog”, porque não temos dinheiro público investido e apostamos no que dá certo, pessoas apaixonadas pelo projeto, mentes brilhantes com absurda experiência no war room e potenciais aspirantes a grandes profissionais no front sendo mentorados por quem traçou o plano. Eu não diria que seis meses [de desenvolvimento e testes] foi um recorde, mas sim mais uma meta alcançada. Amamos o que fazemos, temos talvez os prazos mais ousados desse planeta, mas todos os que estão aqui entendem o porquê dessa ousadia. Todos os que estão aqui presenciaram a evolução de todos nós”.

Com informações e imagens da Psiche Aerospace


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