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Desafios e oportunidades para empresas no desenvolvimento de foguetes e veículos lançadores

No Fórum SpaceBR Show 2024, painel demonstrou que o Brasil tem muito potencial para profissionais e empresas atuarem na área de lançadores

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As vantagens geográficas do Brasil versus as barreiras para empreender foram a tônica do painel Desafios e oportunidades para empresas no desenvolvimento de foguetes e veículos lançadores, realizado em 21 de maio passado na capital paulista como parte do 4º Fórum SpaceBR Show, que aconteceu em paralelo à feira SpaceBR Show, MundoGEO Connect, DroneShow e Expo eVTOL 2024.

A mediadora foi Talita Possamai, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que fez uma explanação inicial com o objetivo de nivelar o assunto entre os participantes.

O primeiro panelista foi Fernando Ferraz, Vice-presidente de Operações da Akaer, que apresentou um breve histórico e a visão de como deve ser o futuro do setor espacial brasileiro.

“Se a gente retroceder talvez uns 30 anos atrás, Brasil, Índia e China tinham praticamente o mesmo tamanho de indústria espacial e hoje, aparentemente, nós temos um tamanho muito menor”,

afirmou Fernando.

Ele usou o termo “aparentemente” porque o espaço deve ser visto de forma mais ampla do que somente os foguetes.

“Quando a gente olha o tamanho do negócio ‘espaço’, lançadores e satélites são 10%. O restante é a estação de terra de monitoramento, informação, tratamento de dados e serviços em geral”,

comentou.

Segundo ele, hoje Brasil e Índia gastam quase o mesmo valor com espaço, mas nós gastamos mais comprando informações e serviços, enquanto eles desenvolvem soluções próprias.

Ferraz trouxe uma abordagem diferente do painel anterior, sobre satélites, dizendo que as empresas devem se desvencilhar da dependência do governo e de um programa espacial. Por isso a Akaer vem diversificando suas áreas de atuação e buscando parcerias.

“Nós temos buscado sinergia e acreditamos que pra gente a única forma de ter uma solução de longo prazo para Brasil, de ter de fato lançadores, é que a gente consiga unificar esforços e trabalhar em conjunto”,

comemorou ele.

Em seguida foi a vez de Paulo Vasconcelos, representando a C6 Launch Systems Corporation, que relembrou a criação e a evolução do Fórum SpaceBR Show, sendo um modelo de sucesso a parceria entre MundoGEO e AEB para que o setor privado possa se manifestar.

Vasconcelos concordou com Ferraz sobre a responsabilidade da indústria se desenvolver com as próprias pernas:

“Nós temos, sem dúvida nenhuma, responsabilidades em elementos que nós somos capazes de resolver, afinal de contas nós temos a terceira indústria aeronáutica do mundo”.

Ele comentou que na área espacial, talvez o que falte no Brasil seja uma melhor governança. Em seguida fez um detalhamento sobre o foco da C6, que é cargas até 100 quilos. Também relembrou que nosso país está em uma posição geográfica muito boa para lançamentos, e que também somos privilegiados quanto a geopolítica e meteorologia.

Por sua vez, Francisco Dias, Diretor da CENIC Engenharia, Indústria e Comércio, lembrou que a empresa já tem 31 anos atuando na área espacial, nos setores de lançadores, satélites e solo. Comentou sobre partes dos satélites CBERS e SatVHR feitas pela CENIC e também dos componentes de lançadores em projetos que estão em andamento. Segundo ele, hoje “o país está vivendo um ‘oásis’ nessa área espacial”.

Ele também lembrou da importância do apoio da FINEP e dos projetos de lançadores em desenvolvimento hoje em São José dos Campos.

“O grande desafio desse programa, induzido pela FINEP, é colocar alguma coisa em órbita, e o nosso desafio é que a gente consiga fazer algo que seja comercialmente viável futuramente”,

comentou Dias.

Ele finalizou reforçando as palavras da mediadora Talita, de que esta é uma área absolutamente multidisciplinar, que precisa ter continuidade nos projetos e nas demandas por lançadores.

Quem fechou o painel foi Daniel Resemini, CEO Delta Engenharia Espacial, que trouxe o enfoque de uma startup, mirando as oportunidades no setor espacial.

“A principal oportunidade desse mercado, a miniaturização da eletrônica, permitiu que os artefatos espaciais diminuíssem bastante de tamanho; e a complexidade e os custos também, para esse tipo de desenvolvimento, reduziram bastante”,

afirmou Resemini.

Segundo ele, o custo por quilograma colocado em órbita não é o único parâmetro importante ao contratar um lançamento, pois existem outros fatores a serem avaliados, como por exemplo a data e/ou a constância. Ele lembrou que, segundo estudos recentes, há muito investimento privado previsto nesta área para os próximos anos. Por outro lado, comentou que, na área espacial, o retorno sobre o investimento pode demorar muito mais do que em outros setores.

Falando em mercado brasileiro, Dias enfileirou alguns fatores que são desafiadores para quem empreende, como por exemplo as altas taxas de juros e altos custos de importação de componentes. Por fim, também citou as vantagens geográficas do país para lançamentos.

O mestre de cerimônias foi Ivan Carlos Soares de Oliveira, CEO da BTI Tecnologia & Inteligência, que conduziu as atividades nos dois dias do 4º Fórum SpaceBR Show.

As feiras DroneShow Robotics, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL superaram as expectativas e reuniram 8.100 profissionais de 33 países, um aumento de 42% em relação à participação da edição anterior. Organizados pela MundoGEO, empresa recentemente adquirida pela Italian Exhibition Group (IEG), os eventos ocorreram de 21 a 23 de maio no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), e se consolidaram como o maior encontro das Américas que reúne no mesmo espaço os setores de inteligência geográfica, drones, espaço e aeronaves eVTOL.

A área de exposição, que cresceu 50% em metragem na comparação com 2023, reuniu 120 expositores que representaram mais de 200 marcas. Além disso, a programação com 25 atividades, entre cursos, seminários e fóruns, contou com 180 palestrantes de vários países, permitindo o compartilhamento de conhecimento e de experiências nesses mercados.

Edição 2025

A próxima edição do DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL já está marcada para 3 a 5 de junho de 2025 no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).

Acompanhe a evolução do evento, planta da feira e programação das atividades nos sites:


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Destaques do SpaceBR Show 2024:

2024 Feira/Exhibition SpaceBR Show
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