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Fontes de recursos públicos para alavancar o setor espacial no Brasil

No Fórum SpaceBR Show 2024, painel demonstrou a importância de projetos estratégicos para o impulsionamento da indústria espacial em nosso país

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Projetos estratégicos para a indústria nacional foram a tônica do painel Fontes de recursos públicos para o setor espacial, realizado em 22 de maio passado na capital paulista como parte do 4º Fórum SpaceBR Show, que aconteceu em paralelo à feira SpaceBR Show, MundoGEO Connect, DroneShow e Expo eVTOL 2024.

O mediador foi Ivan Carlos Soares de Oliveira, CEO da BTI Tecnologia & Inteligência, que fez uma explanação inicial com o objetivo de nivelar o assunto entre os participantes.

O primeiro panelista foi Julio Shidara, Presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB). Ele lembrou que a atividade espacial tem impactos em toda a sociedade e perpassa vários órgãos públicos, não apenas as agências espaciais, em todos os países que investem recursos nesta área.

“No Brasil a gente tem desafios grandes, de fazer mais com menos, então a gente tem que realmente extrair o máximo , aparar arestas e trabalhar com a máxima eficiência e eficácia nos processos”,

afirmou.

Shidara fez um parênteses para relembrar a importância dos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS, na sigla em inglês), não só para posicionamento mas também para a marcação precisa do tempo, e que todos eles (GPS, Glonass, Galileo, Beidou, etc) são iniciativas governamentais com o apoio da iniciativa privada.

“O investimento público é um aspecto chave nos programas espaciais no mundo todo e vão permanecer dessa forma pelo futuro previsível”,

comentou Shidara.

Ele lembrou das palavras do próprio Elon Musk, de que a SpaceX não existiria da forma que é hoje se não fossem os contratos com o governo norte-americano. Afirmou, ainda, que o investimento privado vem aumentando para complementar as iniciativas públicas.

Shidara quebrou o paradigma de que países em desenvolvimento não devem investir no espaço.

“O Brasil é o único país que reúne determinadas características, como grande superfície territorial, grande população e grande produto interno bruto, mas não tem um programa espacial à altura de suas necessidades do ponto de vista de soberania nacional”,

constatou.

Ele trouxe uma reflexão de que sem apoio popular nada evolui nesta área, então é importante conscientizar gestores públicos e toda a sociedade dos benefícios da exploração espacial. Também reforçou a importância de cooperações internacionais, pois um satélite, por exemplo, atende não só o país que o lançou mas também as nações vizinhas. E finalizou com algo que foi citado por outros palestrantes no primeiro dia do fórum, que é a necessidade de governança para que o setor tenha noção clara de onde está e para onde vai.

“Eu tenho a convicção de que a gente tem condições de levar a indústria espacial brasileira ao mesmo nível de respeitabilidade que hoje nossa indústria aeronáutica tem no mundo”,

concluiu Shidara.

Em seguida foi a vez de Jose Henrique Pereira, Gerente do Setor Aeroespacial e Defesa da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ele fez uma breve introdução sobre a instituição e comentou sobre o novo momento que está passando.

“Nosso foco, neste momento, é a neo industrialização, ou seja, é a reindustrialização agora em bases tecnológicas, como está previsto no programa Nova indústria Brasil, lançado pelo Governo Federal”,

afirmou.

Segundo ele, para conseguir alcançar este objetivo é preciso o trabalho em conjunto com as empresas e a academia. Mostrou, ainda, como a Finep apoia projetos, através de instrumentos de crédito que envolvem subvenção econômica e convênios, lembrando do fundo nacional de desenvolvimento científico e tecnológico, que tem recursos bastante vultosos para investir em inovação no país.

Jose Henrique lembrou que o setor aeroespacial é transversal, então eventualmente um projeto apoiado pela Finep no agro pode usar tecnologia espacial, por exemplo. Ele apresentou as várias chamadas que estão abertas hoje e alguns resultados práticos já alcançados em áreas como saneamento, comunicações, mineração e mobilidade urbana, entre outros.

“Nós queremos apoiar não só aquelas empresas integradoras, quem vai fazer uma aeronave, quem vai fazer um drone, mas também toda a cadeia envolvida nesse setor; a gente tem a questão de propulsão, a questão de voo autônomo, a questão de armazenamento de energia, tem questão de materiais…”,

explicou Pereira.

Ele também afirmou que, quando se fala em inovação, o financiamento contraria a lógica bancária:

“Quanto maior o grau de inovação e a relevância, menores serão as taxas e maiores serão os prazos”,

Finalizou mostrando os valores que estão sendo investidos no setor aeroespacial e os principais projetos em andamento, como o veículo lançador de pequeno porte.

Quem fechou o painel foi Jean Robert, Coordenador Geral de Tecnologias Estratégicas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI). Ele iniciou apresentando os orçamentos anuais no setor espacial em vários lugares, como Estados Unidos, China, Rússia, Japão, Índia e União Europeia, e comparou com os recursos destinados a esta área no Brasil.

Ele deu um spoiler de que há projeções de alocação de recursos adicionais em apoio a projetos estratégicos nacionais, como o satélite Cbers, o Space Farming e o SelenITA.

“É necessário que a gente tenha uma implementação de chamadas de projetos cooperativos entre ICTs e empresas, é necessário que haja um fortalecimento de ações e captação de recursos externos para a estruturação de projetos e programas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, é importante a elaboração de estudos para proposição e atualização de ações, planos e programas setoriais, o apoio à organização e realização de eventos setoriais como esse aqui, por exemplo, a participação em fóruns colegiados em âmbito nacional e internacional, e principalmente fortalecer a cooperação internacional, incluindo a destinação de recursos orçamentários para projetos bi e multilaterais”,

concluiu Robert.

As feiras DroneShow Robotics, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL superaram as expectativas e reuniram 8.100 profissionais de 33 países, um aumento de 42% em relação à participação da edição anterior. Organizados pela MundoGEO, empresa recentemente adquirida pela Italian Exhibition Group (IEG), os eventos ocorreram de 21 a 23 de maio no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), e se consolidaram como o maior encontro das Américas que reúne no mesmo espaço os setores de inteligência geográfica, drones, espaço e aeronaves eVTOL.

A área de exposição, que cresceu 50% em metragem na comparação com 2023, reuniu 120 expositores que representaram mais de 200 marcas. Além disso, a programação com 25 atividades, entre cursos, seminários e fóruns, contou com 180 palestrantes de vários países, permitindo o compartilhamento de conhecimento e de experiências nesses mercados.

Edição 2025

A próxima edição do DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL já está marcada para 3 a 5 de junho de 2025 no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).

Acompanhe a evolução do evento, planta da feira e programação das atividades nos sites:


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Destaques do SpaceBR Show 2024:

2024 Feira/Exhibition SpaceBR Show
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