O evento “Atividades em Microgravidade para o Crescimento Econômico e Competitividade Industrial“, realizado na última quinta-feira (31/10) no Cubo Itaú, em São Paulo (SP), com transmissão ao vivo via YouTube, reuniu renomados especialistas e instituições do setor espacial e acadêmico para discutir o futuro do Brasil na pesquisa e inovação em microgravidade.
A programação destacou avanços tecnológicos, incentivos econômicos e oportunidades para empresas privadas no desenvolvimento de novos produtos e serviços baseados em experimentos no ambiente de microgravidade.
A abertura do evento trouxe uma retrospectiva do programa brasileiro de microgravidade, iniciado em 1998, quando o primeiro experimento nacional foi enviado ao espaço a bordo do ônibus espacial STS-95. Na sequência, o Coronel Fernando Tavares, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), compartilhou a trajetória dos lançadores suborbitais VSB-30 e VS-30, veículos desenvolvidos em parceria com a Alemanha e agora 100% fabricados no Brasil.
A Orbital Engenharia apresentou a Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), destacada por Célio Vaz, CEO da empresa, como o único sistema brasileiro totalmente integrado para experimentos de microgravidade, viabilizando pesquisas científicas e aplicadas em áreas como farmacêutica, biotecnologia e agricultura.
A Agência Espacial Brasileira (AEB), representada por José Quintanilha, enfatizou a importância de parcerias com empresas e universidades, além de lançamentos futuros, como a missão Potiguar, que ampliará a capacidade de testes suborbitais no país.
André Roncolato, especialista em incentivos fiscais, explicou como a Lei do Bem pode incentivar empresas privadas a investirem em inovação espacial, reduzindo significativamente os custos de desenvolvimento de projetos de P&D e oferecendo suporte financeiro para empresas e universidades.
Juliano Lazaro, gerente comercial da Orbital, apresentou o novo módulo de acomodação de experimentos customizados, projetado com as dimensões dos populares CubeSats, como uma solução para reduzir custos e facilitar a participação de ICTs, universidades e startups com experiência em CubeSats, permitindo que fabriquem unidades de experimentação específicas para voos de microgravidade.
Lucas Fonseca, CEO da Airvantis, apresentou o impacto econômico global da microgravidade, trazendo exemplos de fármacos desenvolvidos no espaço, como o Keytruda e o TFU, que movimentam bilhões de dólares em receita anual. “O Brasil tem o potencial e o conhecimento para liderar o mercado de microgravidade na América Latina”, afirmou Lucas, destacando que o acesso a tecnologias de microgravidade pode transformar setores inteiros da economia.
Apresentações dos especialistas
- Patrícia Lazzarotto (CIMED) trouxe a visão da indústria farmacêutica sobre os benefícios da microgravidade para o desenvolvimento de novos medicamentos, incluindo avanços em pesquisas de cristalização de proteínas e bioimpressão de tecidos. Ela destacou a importância do ambiente de microgravidade para a criação de medicamentos mais puros e eficientes, que atendam às crescentes demandas da saúde global.
- Rafael Toledo (INPE) apresentou as inovações que o INPE está desenvolvendo na área de materiais avançados e semicondutores, que utilizam as condições da microgravidade para criar estruturas mais perfeitas e duráveis. Rafael salientou o potencial dessas pesquisas para ampliar a competitividade do setor tecnológico brasileiro e fortalecer a capacidade de exportação de produtos de alto valor agregado.
- Alessandra Fávero (Embrapa) explorou como a microgravidade pode revolucionar o setor agrícola por meio de pesquisas em cultivo de plantas e sementes em condições espaciais. Os experimentos em microgravidade permitem estudar o comportamento das plantas em um ambiente sem a influência da gravidade, revelando informações importantes sobre a resistência e adaptação de culturas agrícolas que podem ser aplicadas no agronegócio brasileiro.
O moderador Pedro Pallotta, do Canal YouTube Space Orbit, conduziu o debate sobre os desafios e oportunidades para tornar a tecnologia espacial mais acessível ao setor privado brasileiro e popularizar a ciência espacial entre jovens e empresários.
O evento concluiu com o reconhecimento da necessidade de ampliar a visibilidade e o apoio ao desenvolvimento de tecnologias espaciais no Brasil, promovendo parcerias público-privadas e o uso de plataformas como a PSM e a retomada no desenvolvimento de Plataformas Orbitais com Reentrada Atmosférica. Com infraestrutura robusta, incentivos fiscais e a crescente participação de empresas e universidades, o Brasil se posiciona como um potencial líder no desenvolvimento de tecnologias de microgravidade, transformando o país em um importante polo para a inovação e competitividade industrial no hemisfério sul.
Para assistir o evento gravado, acesse: https://orbitalengenharia.com.br/evento
Com informações e imagens da Orbital Engenharia
Imagem de capa: NASA
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