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Estudante do ITA ‘traduz’ a NASA para a escola pública e agora mira a robótica chinesa

Trabalho utilizou a infraestrutura do ITA para treinar redes neurais com base em imagens de satélite

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Narayane Ribeiro Medeiros, estudante do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), desenvolveu um modelo preditivo de cenários climáticos até o ano de 2050. O trabalho utilizou a infraestrutura do ITA para treinar redes neurais com base em imagens de satélite, atendendo a uma proposta feita pela NASA em 2024 para o monitoramento de gases de efeito estufa.

No entanto, o diferencial de Narayane não foi o código em si, mas a aplicação.

“O processamento de imagens de satélite torna dados cruciais acessíveis”, explica a pesquisadora. Para ela, a ciência de dados é um instrumento democrático: “entender o clima influencia diretamente como as pessoas votam”.

A pesquisadora aplicou essa tecnologia em workshops realizados com cerca de 200 crianças de escolas públicas da região do Vale do Paraíba. Os dados coletados indicam um aumento de 44,9% no nível de conhecimento dos participantes sobre mudanças climáticas após as atividades. Narayane também atuou como professora voluntária em instituições para jovens em reabilitação.

“O papel da educação é trazer para si aqueles que têm mais dificuldade, não apenas melhorar quem já é bom”,

define Narayane.

Essa frase resume sua missão: provar ao seu próprio grupo de pesquisa que a ciência de alta complexidade pode ter aplicação social de curto prazo.

A trajetória de Narayane é também uma vitória sobre as estatísticas. Como mulher que atua na área de Exatas, ela reconhece que superou as probabilidades.

“Tente o impossível, goste do impossível, mas mais importante: quando você alcançar ele, mostre para as outras pessoas que é possível também”,

finaliza Narayane.

Seu projeto, que une rigor técnico e impacto social, garantiu a Narayane o prêmio “Na Prática de Protagonismo Universitário” (região Sudeste). A conquista agora a levará para uma imersão tecnológica na China. O prêmio “Na Prática” servirá como passaporte para a próxima fronteira de Narayane: um pós-doutorado na China.

“Quero muito visitar o departamento de humanóides da Universidade de Tsinghua, uma referência global”,

diz a cientista.

Com informações do ITA
Imagem de capa: Pixabay

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