Como a globalização e os processos de privatização estão influindo no mercado da geoinformação no país? Qual o perfil da empresa de geotecnologias do futuro? Quais os papéis que agrimensores, cartógrafos, geógrafos e analistas de sistemas terão neste mercado? Qual o impacto da Internet e das novas imagens orbitais de alta resolução na coleta e uso da geoinformação? Quais as reais causas de êxito e insucesso de projetos GIS no Brasil? Como separar propostas sérias de mapeamento alternativo de pura picaretagem? Como deve ser o ensino de geomática em nossas escolas? Vivemos ainda muitas dúvidas no mundo das geotecnologias, e às vezes ficamos indecisos sobre qual caminho seguir.
Para ajudar você a entender estes temas fundamentais para o desenvolvimento do mercado, a Espaço GEO começa agora uma nova etapa de seu trabalho. Em nossa revista e nos eventos que promovemos, questões que necessitam de reflexão serão apresentadas e discutidas pelos melhores profissionais do mercado. O objetivo é colocar idéias em circulação e auxiliar a formação de opinião da comunidade envolvida.
Começamos apresentando nesta revista um relato do debate que promovemos durante o expoGEO Brasil Central, em novembro, com o tema Qual a solução para mapear o Brasil?
Os principais segmentos empresariais, reguladores e produtores de cartografia do país foram convidados a refletir e apresentar sua visão crítica sobre este assunto vital para o desenvolvimento do mercado da geoinformação.
A questão cartográfica mudou muito nos últimos anos. Com o advento da informática e dos GIS, a cartografia deixou de ser tratada da forma restrita e isolada de poucos anos atrás para se tornar mais popular e cada vez mais incorporada a sistemas de informação. Na verdade, hoje mapas são exatamente isso: informação.
No debate, 3 pontos ficaram evidentes. Primeiro,apesar do empenho pessoal de seus dirigentes, a falta de poder político da Concar (Comissão Nacional de Cartografia) quanto à definição e implementação das diretrizes da cartografia nacional. Depois, a inexistência de projetos concretos – com metodologias, áreas prioritárias, prazos e custos – para minimizar a ausência de mapeamento sistemático no país. Por último, a opinião unânime de que é necessário criar uma Agência Reguladora de Cartografia, tecnicamente e politicamente forte e o mais imune possível a pressões corporativas.
Na próxima revista, publicaremos um resumo do 2º debate realizado em Brasília, sobre comercialização de dados geográficos e aspectos da lei de direitos autorais.
Esperamos que as opiniões levantadas nestas discussões sejam úteis para você, leitor, no seu trabalho diário. Se tiver outras opiniões sobre o tema apresentado, envie sugestões e comentários para nossa redação.
PS: E prepare-se. Durante o expoGEO Brasil99, cujo tema é (RE)pensando o Futuro das Geotecnologias, que acontecerá em maio, em Curitiba, estaremos promovendo mais 12 debates.

Emerson Zanon Granemann é engenheiro cartógrafo e diretor técnico da Espaço GEO
infogeo@espacogeo.com.br