Por Acir Marteleto

"Com as intranets e a Internet, o mercado de Geoprocessamento vive seu grande momento"


Acir Marteleto é gerente de vendas de GIS da Autodesk Brasil.
E-mail: acir.marteleto@autodesk.com

Quando me pediram para escrever este artigo, imaginei qual seria o tema mais apropriado, já que geoprocessamento é um assunto bem amplo. Depois de refletir bastante, optei pelo uso de tecnologias de geoprocessamento em intranets e na Internet.

A ampla utilização do geoprocessamento sempre esbarrou em alguns obstáculos. Um deles é a questão cultural: nossos usuários ainda não assimilaram o uso da informação espacial. Isto é facilmente comprovado em alguns exemplos do nosso cotidiano. Quando saímos de férias para algum lugar novo, por exemplo, sempre perguntamos às pessoas do local sobre detalhes de localizações, ao invés de perguntarmos por um mapa ou termos um para consultar.

Alguns dirão que são raros os locais que possuem mapas confiáveis e atualizados, daí porque não perguntam. Porém se existisse uma cultura de utilização da informação espacial, fatalmente existiriam estes mapas.

Outro obstáculo, mais complexo, pode ser visto em inúmeros fatores que dificultavam a utilização do geoprocessamento no Brasil quando essa tecnologia ainda dava seus primeiros passos no país. Falta de mapas, ausência de bancos de dados organizados, altos custos de equipamentos, software, mapeamento e treinamento, inexistência de profissionais especializados, complexidade de operação dos sistemas e falta de referências de sucesso na utilização desta tecnologia são alguns exemplos.

Isso só começou a mudar a partir da evolução das plataformas de hardware, software, dos sistemas operacionais, e do conhecimento técnico dos usuários.

Mas foi só a partir do advento das intranets e da Internet que o geoprocessamento entrou em uma nova era: a era da distribuição e publicação da informação espacial. Não uma utilização amadora, mas sim profissional, através de aplicações via browsers, de baixo custo e que efetivamente agregavam valor às informações espaciais, viabilizando de forma única uma nova classe de produtos e serviços que se beneficiavam da flexibilidade e da capilaridade das redes.

Com o uso crescente da Web, usuários domésticos e corporativos compartilham um ambiente mais permeável ao geoprocessamento e seus subprodutos. Usuários hoje estão preocupados em preservar investimentos já realizados em base de dados que demandaram longo tempo e alto custo para ser construídas. Também querem adquirir sistemas que efetivamente agreguem valor aos seus serviços e que permitam compartilhar informações corporativas com clientes e parceiros comerciais, através de suas intranets e da Internet.

Por outro lado, os desenvolvedores de tecnologias estão muito voltados a entender cada vez mais as necessidades dos usuários, no sentido de desenvolver ferramentas mais simples e interativas, utilizando padrões que o próprio mercado tem definido.

Esta interação entre produtores de tecnologia e seus usuários é que está permitindo a formação e disseminação da cultura do geoprocessamento de forma maciça.

Quando usamos uma intranet ou a Internet para publicar informações espaciais de uma rede elétrica ou telefônica, por exemplo, estamos possibilitando o uso destes dados nunca antes publicados não só por projetistas e engenheiros, mas também por equipes de marketing, vendas, manutenção, cadastro, operação, atendimento ao cliente, diretores e ao próprio consumidor.

Hoje, as empresas têm a preocupação de agregar cada vez mais valor a seus serviços. Preocupação essencial para sua sobrevivência num mercado extremamente competitivo e globalizado. Somente as tecnologias que atinjam este objetivo permanecerão no mercado. As aplicações de GIS para intranets e Internet agregam valor principalmente a serviços que têm como base informações espaciais.

Com as intranets e a Internet, o mercado de Geoprocessamento vive seu grande momento. E empresas de tecnologia de software GIS que investem em soluções acessíveis, fáceis de usar e de instalar, que demandem um tempo de implantação extremamente curto, que sejam totalmente abertas aos padrões de mercado existentes e que estiverem mais próximas das necessidades de seus usuários, terão sucesso.

Acir Marteleto é gerente de vendas de GIS da Autodesk Brasil.
E-mail: acir.marteleto@autodesk.com