Águia

Todo comerciante sabe a importância das informações do seu mercado. Houve um dono de padaria que viu suas vendas caírem após três meses da abertura de um novo concorrente. Ele já imaginava que um dos fatores de escolha dos seus clientes seria andar a menor distância, e que isso o prejudicaria. Para descobrir um meio de voltar a crescer, ele abriu um mapa digital e analisou a região ao redor do seu estabelecimento.

No mapa ele pode ver o perfil de gente que mora em cada quarteirão: qual sua idade, quantidade de filhos, sua renda familiar, quantos carros têm. São milhares de informações de perfil e consumo que esse padeiro transformou em dinheiro. Pesquisando no mapa, se deu conta que no seu bairro as pessoas gastam muito com comida fora de casa, e pressupôs que boa parte desse valor era gasto em delivery. Depois disso, pesquisou quantos deliveries atendiam àquela região, e descobriu que o que menos havia disponível ali era um delivery de comida japonesa.

Talvez menos pessoas gostassem de comida japonesa ali, mas valia a pena tentar. No seu bairro havia muita gente entre 25 e 35 anos com renda entre 2 e 4 mil reais, o que julgou ser o perfil dos maiores consumidores dessa culinária. No final, seu investimento se resumiu a um sushi chef, pois ele desistiu do delivery quando percebeu que a novidade traria mais gente ao seu ponto de venda, e isso aumentaria ainda mais o seu faturamento.

Isso não é ficção científica, e já está disponível para pequenos comerciantes brasileiros. O ideal é fazer um mini-curso sobre geomarketing, onde o participante aprende todo o básico necessário para utilizar essa técnica de estudos nos seus negócios. O Senac/SP e o Portal MundoGEO promoveram em parceria esse mini-curso, e contaram com a Cognatis para ensinar e fornecer ferramentas via internet para os alunos. Atualmente os consultores do Sebrae atendem comerciantes e empresários com o apoio dessa mesma ferramenta, em mais de dois mil pontos em todo o Brasil.

Curso de Geomarketing

O geomarketing em grandes corporações comumente se une ao relacionamento com clientes (CRM) e se torna ainda mais importante. É o caso do gerente de marketing de uma grande rede do varejo. Sua meta era abrir oito novas lojas em oito meses, e alcançar a sua concorrente que tem 12 lojas a mais. Para isso, abriu um mapa digital e verificou como estava a oferta dos produtos vendidos pela empresa dele em mais de 20 cidades. Descobriu alguns lugares onde o consumo do seu produto estava sendo mal atendido, e marcou todas as melhores regiões no mapa.

Depois disso, foi visitar todas as cidades e seus possíveis novos concorrentes, fez anotações sobre eles e descobriu os preços que praticavam. De volta ao mapa, fez análises usando diversas medidas de potencial de consumo, a fim de descobrir quais são os oito melhores lugares. Essa é uma decisão de grande importância, pois cada loja representa um investimento de um milhão de reais.

O grande trunfo foi devido à visão da empresa, que investiu na integração do seu DBM com as áreas de marketing e vendas, entrando para a era do CRM. A empresa já havia cadastrado 40% dos seus clientes quando esse gerente passou a enxergá-los no mapa, e tinha uma ótima visão do que é a sua região de atuação. Sabia de onde vêm, como são, quando preferiam sua loja e quando preferiam a concorrência. Essa informação é muito útil quando se vai abrir uma nova loja: usando a experiência das lojas atuais, a chance de sucesso é muito maior.