Lembro-me bem, não faz muito tempo, quando começamos a falar em Sistemas de Informações Geográficas, GIS. Todas as idéias eram novas e esse mundo se resumia a algumas empresas pequenas e inovadoras e centros de pesquisa. É interessante como nesse momento de criação as visões são fragmentadas, e a direção e velocidade que a tecnologia vão tomar incertas. Parece como ser criança: muitas descobertas, múltiplos focos de interesse, pequena força e interação contemplativa por parte das demais …tecnologias adultas.

Das muitas vertentes que havia então, voltemos nossa atenção para duas, colocando-nos naqueles tempos e analisando daquela perspectiva.

A IBM foi uma das pioneiras, desenvolvendo GIS em "main frame" para empresas de distribuição de energia elétrica nos EUA. No final dos anos 80 havia na IBM uma diretoria de GIS, bem como cerca de quinhentos técnicos dedicados a construir pacotes comercias GIS. No começo dos anos 90 haveria o lançamento de uma linha de pacotes GIS pela IBM. Entretanto a crise econômica da companhia naquela época, e mudança de foco para serviços, interrompeu essa trajetória.

Outra pioneira em GIS foi a ESRI. Começou como uma pequena companhia focada em planejamento territorial no final dos anos 70. Logo começou a empacotar software GIS e, principalmente, a inventar e propagar os conceitos que hoje temos. Ano a ano a ESRI cresceu, consolidou suas soluções e tornou-se global, assumindo a liderança mundial nesta tecnologia, com vendas na ordem de 450 milhões de dólares. Hoje a ESRI cuida de consolidar-se em cada país.

No Brasil estão ocorrendo mudanças importantes, objetivando que os usuários brasileiros colham os frutos da maturidade da tecnologia. A Imagem, empresa que dirijo, e que é distribuidor oficial da ESRI, participa deste esforço ampliando de forma notável a presença e a confiança dos usuários de GIS em nosso País.

Há sinais de que estamos realmente na maturidade do GIS: o mercado mundial de 1 bilhão de dólares é vigoroso e crescente; os departamentos de Tecnologia da Informação das empresas reconhecem o valor dos GIS; pessoas comuns entendem o que é a tecnologia e; as aplicações GIS estão transparentes, móveis e embutidas em diversos dispositivos. São indicadores marcantes de maturidade também: a integração com sistemas corporativos, a existência de fornecedores locais estruturados e a oferta de suporte adequado.

Os sistemas GIS, notadamente os da família ESRI, podem estar integrados a: sistemas de "call center", sistemas de gerenciamento de clientes (CRM), sistemas de gerenciamento de recursos corporativos (ERP) e outros. Por trás disto está a idéia de considerar a condicionante geográfica nas tomadas de decisão. Isto acontece no mundo todo, e no Brasil também em soluções implantadas na Eletropaulo, na TIM, na Petrobras e outras empresas.

Entretanto, aqui no Brasil, a presença de fornecedores estruturados capazes de oferecer suporte eficiente é que faz com que percebamos de forma mais clara a maturidade em que nos encontramos. Este conjunto interligado de valores é que dá segurança aos usuários em ter operações críticas, ininterruptas, e de alta performance baseadas em GIS.

A juventude é um ótimo tempo, são muitos os desafios, mas é grande a energia. Participar desta história é emocionante, instigante e gratificante.

Enéas Rodrigues Brum é diretor da Imagem, empresa de São José do Campos (SP). E-mail: ebrum@img.com.br