Fabricantes e operadoras de telefonia móvel do mundo inteiro acreditam que a adoção em larga escala dos celulares de terceira geração (3G) acontece ainda neste trimestre. É o que afirmou Arun Sarin, presidente da empresa britânica Vodafone, durante o 3GSM World Congress 2004, realizado em Cannes (França). "Esta explosão de celulares 3G acontece ao menos nos países em que o uso dos celulares já é alto", complementa.

A principal característica dessa tecnologia é a localização por GPS, além da capacidade de transmitir grandes quantidades de dados em alta velocidade, possibilitar download de músicas e proporcionar streaming de vídeo.

Mas, antes deste fenômeno se tornar uma realidade, a terceira geração enfrenta problemas. As operadoras, segundo Arun Sarin, reclamam que aparelhos com menor qualidade (duração da bateria e tamanho), de 2,5G (GSM/GPRS), retardam a liberação dos serviços, tornando a comercialização dos celulares 3G economicamente inviável.

De outro lado, fabricantes pedem uma rede estabilizada para testar os aparelhos e argumentam que o mesmo ocorreu com as tecnologias anteriores.

"Para que a terceira geração se torne um sistema global unificado, é preciso haver uma boa integração das redes de 3G com as demais, das quais os usuários dependerão, quando saírem da área de cobertura dos novos sistemas", diz Sarin.

Para representantes de companhias britânicas destes aparelhos, o crescimento agora depende de países fora do eixo EUA-Europa-Japão. "Indonésia, Brasil, China e Índia estarão entre os principais responsáveis por esse crescimento", diz Jorma Ollila, presidente da Nokia. Ele acredita que, até 2007, haverá 2 bilhões de celulares com GPS em operação no mundo. Segundo afirmação feita pelo jornal Folha de São Paulo em abril, os fabricantes de celulares esperam vender 560 milhões de aparelhos 3G em todo o mundo até o final deste ano.

Segundo números apresentados no 3GSM World Congress 2004, dos 10,2 milhões de celulares GSM habilitados na América do Sul em 2003, o Brasil foi responsável por 4,7 milhões (46%).

Para Marco de Lissich, presidente da Associação GSM na América Latina, o sistema deverá liderar a região em 2006.