O programa espa-cial brasileiro vai receber em 2005 um investimento que pode atingir US$ 100 milhões, meta visada pela Agência Espacial Brasileira (AEB). "Já começamos 2005 com este montante, sem contar com as suplementações que poderão ocorrer ao longo do exercício", afirmou o presidente do órgão, Sérgio Gaudenzi. Este é o maior orçamento destinado à área nos últimos 16 anos. Ainda de acordo com o presidente da AEB, o aumento dos investimen-tos assegurará o desenvolvimento de satélites, foguetes de sondagem e veículos lançadores.


Protótipo do VLS será lançado em 2006

Entre os programas financiados com os recursos orçamentários está o dos satélites sino-brasileiros de recursos terrestres (CBERS), em especial o CBERS-2B.

Outra prioridade será o desenvolvimento do prótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1 V04), com teste em vôo previsto para 2006, e da nova Torre Móvel de Integração (TMI) do VLS. O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) também receberá investimentos para a melhoria das instalações gerais, além daquelas específicas à infra-estrutura própria para o foguete ucraniano Ciclone-4.

Sérgio Gaudêncio também falou sobre o interesse que a base de Alcântara desperta a vários países interessados em programas espaciais, como a Ucrânia, a Rússia e os EUA.

"Nós temos uma situação privilegiada para lançamento. A Base de Alcântara é uma base ímpar no mundo, não só porque se situa quase em cima da linha do Equador, como tem uma janela (possibilidade de lançamento de foguetes) de 12 meses", afirmou. "Alcântara realmente é um privilégio que a natureza nos deu e que temos que aproveitar", concluiu Gaudêncio.

Outra novidade é que com a consolidação do Programa CBERS, Brasil e China estudam novos acordos para este ano. "O Brasil espera agora ampliar os acordos de cooperação com a China a partir da conclusão da revisão do Programa Espacial Brasileiro, o que deve acontecer já no inicio de 2005", diz o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos. "A China está vendo o Brasil investir agora no Programa Espacial num padrão bem mais elevado do que vinha sendo investido antes e nós temos muitas áreas, além de pesquisa, para não só tocar o Programa Cbers por mais 10 anos, como lançarmos outros tipos de satélites", enfatizou ele.


Centro de Lançamento de Alcântara receberá investimentos em 2005