No papel, o Conselho Nacional de Cartografia (CONCAR – www.concar.ibge.gov.br), tem a nobre missão de “coordenar e orientar a elaboração e a implementação da política cartográfica nacional e a manutenção do sistema cartográfico nacional, com vistas à ordenação da aquisição, produção e disseminação de informações geoespaciais para a sociedade brasileira”.

Entre seus diversos objetivos, redefinidos num recente trabalho de planejamento estratégico, está o de elaborar e acompanhar a execução do plano cartográfico nacional. A comissão tem como membros os principais ministérios, as forças armadas, o IBGE e a Associação Nacional de Empresas de Aerolevantamentos (ANEA).

Creio que a CONCAR tem um grande desafio. Não deve ser fácil lutar pela maior valorização da cartografia dentro do governo federal, além de desempenhar o difícil trabalho de “costura” e articulações de apoio a investimentos no setor junto aos membros do conselho, principalmente os ministérios.

Na minha opinião deveria haver uma maior participação de outras entidades públicas e privadas na comissão. Além disso, se a instituição fosse mais conhecida pela sociedade, seria possível pressionar o governo para destinar mais recursos para a execução e a manutenção desse mapeamento.

Tenho convicção de que uma grande revolução no mercado de cartografia aconteceria caso o governo decidisse mapear todo o Brasil. Por que não? Pode ser loucura, o Brasil tem outras prioridades ou é muito caro, diriam alguns. Mas os argumentos se enfraquecem se compararmos com os benefícios que o governo e a sociedade como um todo teriam.

De acordo com a enquete realizada em setembro no portal MundoGEO.com, 67% dos usuários nunca ouviram falar da CONCAR, apenas 17% conhecem a instituição e 16% reconhecem a sigla, embora não saibam exatamente a que ela refere.

Finalizo com três perguntas fundamentais a serem respondidas:

1) Como os demais países do mundo tratam esta questão ?
2) Quanto o país perde por não ter esses dados geográficos atualizados e com fácil acesso ?
3) Existe um projeto para realizar tal mapeamento? Qual é o custo e o prazo ?

Com a palavra as universidades, o setor público, as empresas e os profissionais.

Pensem nisso e enviem suas opiniões.

Emerson Zanon Granemann
Engenheiro cartógrafo
Diretor e editor da MundoGeo
emerson@mundogeo.com