Localizado no município de Mucugê, Chapada Diamantina/BA, o Projeto Sempre Viva, é o mais bem sucedido projeto da linha Projetos de Execução Descentralizada (PED), firmado por um convênio que integrou várias esferas do poder público para construção de tecnologias e infra-estrutura na gestão dos recursos naturais.

Dentre os parceiros da iniciativa estão: o Ministério do Meio Ambiente, o Governo do Estado da Bahia, a Universidade Católica do Salvador, a Universidade Estadual de Feira de Santana, a Universidade Federal da Bahia e a Prefeitura Municipal de Mucugê.

Como produto do Projeto Sempre Viva está o Parque Municipal de Mucugê que foi inaugurado em maio de 1999 e se tornou um dos principais pontos de visitação para quem passa pela Chapada Diamantina. O Parque tem 540 hectares com regularização fundiária resolvida, plano de manejo detalhado e adequado às normas do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), laboratório, centro de visitantes, alojamentos para pesquisadores e trilhas sinalizadas para cachoeiras.

Com a finalidade de preservar e reproduzir uma variedade de sempre viva ameaçada de extinção, a Syngonanthus mucugensis Giulietti, ou sempre viva de Mucugê, o projeto possibilitou a implantação de um moderno sistema de informação geográfica, proporcionando a educação ambiental para as escolas por meio do Parque Municipal de Mucugê e promovendo o ecoturismo a fim de preservar o meio ambiente do município.

Devido ao declínio do Ciclo Diamantífero na região, a coleta das sempre vivas exportadas principalmente para o Japão, Estados Unidos e Europa, tornou-se a principal atividade econômica das populações carentes de Mucugê e de seu entorno. Porém, a extração sem controle por mais de trinta anos fez com que a espécie fosse dizimada em muitos campos e entrasse em risco de extinção. 

Dentro desse contexto, o Projeto Sempre Viva foi criado com o objetivo de assegurar a sobrevivência da espécie sempre viva, promovendo seu cultivo como alternativa econômica na geração de renda para população local através do artesanato com caráter sustentável. Além disso, a iniciativa visa também promover o repovoamento dos campos onde a espécie foi dizimada e preservar os recursos naturais e históricos do município de Mucugê através do Parque.

Para isso, o projeto conta com o apoio da tecnologia GIS, fornecida pela Imagem, a fim de implantar um banco de dados para o controle de produção, identificar e monitorar as áreas de ocorrência das espécies.

“Os trabalhos realizados no parque tem como base o uso da tecnologia GIS. Utilizamos o software ArcGIS – Esri em conjunto com as imagens de satélite Landsat para levantamento topográfico desde o início do projeto em 1999”, afirma Euvaldo Ribeiro Junior, Coordenador do Parque Municipal de Mucugê.

Além disso, as informações geográficas também são utilizadas para o zoneamento do Plano de Manejo da Unidade de Conservação, gestão de resíduos (escolha do local da usina de reciclagem), mapas para trabalho do Ibama na fiscalização ambiental. “Os dados geográficos são utilizados também pelo AgroPolo para licenciamento ambiental”, acrescenta Euvaldo.

Atualmente, o parque recebe diversos pesquisadores da Universidade de Feira de Santana através de um convênio de cooperação para a pesquisa, firmado entre a universidade e a Prefeitura Municipal de Mucugê. O mesmo foi feito com a Universidade Federal da Bahia para o estudo das águas jurisdicionais.

O projeto ainda recebe alunos das escolas do município de Mucugê; estudantes de escolas públicas de várias regiões da Bahia e escolas particulares de Salvador, Recife, Fortaleza, Aracajú, Maceió, Alagoas, Brasília, Espirito Santo entre outras e eco-turistas do mundo inteiro. 

Nas visitas, os grupos são recepcionados por professores e guardas-parques capacitados, que atuam como agentes no processo de educação dos alunos e na fiscalização dos campos que são preservados pelo projeto.

“Iremos adquirir imagens de alta resolução para otimizar cada vez mais as atividades do Projeto Sempre Viva, desenvolvendo tecnologias de cultivo e reprodução das espécies por meio de pesquisas de manejo para promover uma comercialização sustentável de sempre-vivas e recompor os campos onde a planta foi dizimada”, comenta Euvaldo.



Mariana Lima
Imagem – Soluções de Inteligência Geográfica
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