O terremoto de 8,8 na escala Richter que atingiu a costa oeste do Chile, em fevereiro, provocou mudanças significativas no mapa da região. Segundo uma análise preliminar, toda a cidade de Concepción se deslocou pelo menos três metros para o oeste.

Buenos Aires moveu-se cerca de 2,5 centímetros para o oeste, enquanto Santiago, mais próxima do local do evento, deslocou-se quase 30 centímetros para o oeste-sudoeste. As cidades de Valparaíso, no Chile, e Mendoza, na Argentina, também tiveram suas posições alteradas significativamente (13,4 centímetros e 8,8 centímetros, respectivamente).

Os pesquisadores deduziram os deslocamentos das cidades ao comparar coordenadas precisas por meio de receptores GNSS, obtidas anteriormente, com medidas feitas dez dias após o evento.

Segundo Luiz Paulo Souto Fortes, diretor de geociências do IBGE, o Sirgas é um sistema cuja materialização é mantida por uma rede de estações GNSS de operação contínua que permite detectar todos os deslocamentos que as estações sofrem continuamente ao longo do tempo ou em eventos repentinos, tais como o do terremoto do Chile. “Neste último caso, as coordenadas das estações são atualizadas para os novos valores, associando-se a elas uma nova época de referência pós-terremoto. Desta forma, os deslocamentos das estações, como são determinados com grande precisão, não afetam a precisão do sistema”, afirmou Luiz Paulo.