Eventos em escalas macro e micro

Como pudemos constatar nestes últimos três meses, desastres naturais de grandes proporções aconteceram em vários locais do globo. Pôde-se acompanhar, pela internet, a capacidade das pessoas envolvidas de criar projetos para ajudar uns aos outros, em eventos como os deslizamentos na região serrana do Rio. É compreensível a utlização de mídias sociais para a interação entre voluntários e ONGs, para o transporte de bens básicos e até mesmo comunicação com poderes públicos.

A utlização atual de mapas colaborativos se faz para o bem público. No evento de Friburgo foi criado o #projetoenchentes, para comunicar aos voluntários a presença de coletas, facilitando consideravelmente a entrada de ajuda e uma melhor efetivação do trabalhos de bombeiros e moradores.

O mais recente evento, porém em escala muito maior, foi o ocorrido no Japão, onde houve um tremor considerável seguido por um tsunami. Contudo, não sendo o suficiente, houve também explosões em usinas nucleares.

Para nós, ligados a mídias sociais, essas notícias ocorrem quase que em tempo real, sendo possível interagir com o problema e facilitar a presença de uma inteligência coletiva. Poucos dias após esses eventos, no Twitter já podíamos ver, mesmo do outro lado do mundo, mapas colaborativos de empresas como Google e Esri, informando a localização de postos de gasolina, supermecados e pontos de ônibus.

Como Pierre Lévy (@plevy) escreveu em seu livro cibercultura, “a inteligência coletiva é uma inteligência variada, distribuída por todos os lugares, constantemente valorizada, colocada em sinergia em tempo real, que engendra uma mobilização otimizada de competências”.

Tais mapas colaborativos, ligados a mídias sociais e a empresas de grande porte, podem sim fazer do indivíduo um modificador de uma situação, ou até mesmo um facilitador de efetivação em diversos serviços. A tendência é haver cada vez mais mapas e projetos como esses. Pode-se perceber que a geolocalização também cresce em conjunto com estes mapas, obtendo cada vez mais a precisão da informação. No evento SXSW que ocorre em Austin todo ano, houve uma presença maciça de palestras, nesta edição, sobre convergência entre mapas, mídias sociais e geolocalização. Cada vez mais a internet está presente na vida de todos, tanto por mobile quanto por computador. É com essa ferramenta que será criada uma “inteligência coletiva” para nos tornamos facilitadores da vida real.

Fernanda Mello
Aluna de geografia da PUC-Rio. Especialista em estratégias de interfaces de mídias digitais e utilização de sistemas de geolocalização
fernandalrm@gmail.com