Um conjunto de princípios para os agrimensores

Pesquisando no site da Federação Internacional dos Agrimensores (FIG) encontrei um artigo de Peter Byrne e Gail Kelly, publicado como artigo do mês em junho de 2007. Considerando a “natureza da realidade subjacente que pode ser aplicada a todos os agrimensores e demais cientistas espaciais, independentemente de seu campo de esforço ou emprego de circunstâncias”, os autores analisam e propõem um conjunto de princípios de conduta, separados em três temas: Aplicação (das Ciências), Comportamento (conduta) e Contexto (ambiente de negócios ou de pesquisa).

Em complementação a um trabalho que se desenvolveu em tempos anteriores, eles sintetizaram, em forma de perguntas, 21 princípios ao qual se convencionou denominar o ABC do x,y,z, vindo este acrônimo das palavras inglesas: Application, Behavior e Context .

As questões apresentadas pelo artigo remetem a uma reflexão sobre a conduta que podemos desenvolver ao exercer nossas atividades, lembrando-nos sobre o impacto que a falha nos nossos serviços causa a nós e aos outros.

Os princípios, dispostos em forma de questões que deveríamos nos colocar ante cada projeto, estão transcritas a seguir.

Aplicação

• O projeto é parte de um todo? Existe um “todo” que precisa ser mantido, ou o projeto é o todo? Sua finalidade está em mente no início?

• Eu dominei o ferramental? Ou existem surpresas ainda na loja? Eles foram verificados e calibrados?

• São conhecidos e compreendidos os erros contribuintes? Eles foram analisados para que o efeito cumulativo seja conhecido?

• Quais são os parâmetros a serem definidos? Eles foram informados ao futuro usuário?

• Eu saí dos limites da Convenção? Há uma surpresa à espreita para o usuário?

• Posso provar meus resultados? Redundância? Verificação externa?

• Eles (os usuários) participarão? Ou eles vão ser confundidos, ou não devidamente esclarecidos ou alienados?

Contexto

• Quem é o cliente? Existem outras partes interessadas? (Pode definir o “cliente”?)

• Qual é o objetivo? (a resposta ao “por que?”)

• Quais são as restrições externas, leis, regulamentos, expectativas de outros?

• Foram avaliados os riscos? Eles foram compartilhados com o cliente?

• Os termos críticos estão claros? Acordados? (Particularmente, os termos pelos quais o trabalho será avaliado ou testado. Esclarecer o vocabulário)

• Eu verifiquei os processos contra o escopo do projeto? (No início e ao longo do tempo)

• Existem contribuições por parte de outros? (Para ser homenageados e registrados)

Comportamento

• Eu estou sendo responsável para com a comunidade? (Assistência social e direita da comunidade que vêm antes da responsabilidade para com a profissão, interesses secionais ou privados ou de outros membros)

• Estou agindo bem, com honestidade? (Com integridade, dignidade e honra de merecer a confiança da comunidade e da profissão)

• Eu sou competente para fazer isso? Preciso de ajuda externa ou especialização?

• Eu estou fazendo o que devo para desenvolver, permanecer relevante e incentivar meus colegas por conseguinte?

• Estou eu agindo no interesse do cliente ou empregador? (Sem comprometer qualquer outro desses pontos)

• Deverei eu informar meu cliente ou o empregador? (Das consequências econômicas, sociais, ambientais ou legais que possam surgir em relação a uma Comissão)

• Existe um conflito de interesses?


+Info
O artigo original pode ser obtido em
http://ning.it/MQihZA

Régis BuenoRégis Bueno

Engenheiro agrimensor, doutor em engenharia pela Escola Politécnica da USP (EPUSP) e diretor da Geovector Engenharia Geomática. Atua na área de posicionamento por satélites e regularização fundiária desde 1989

regisbueno@uol.com.br