Brasil sedia pela 1ª vez plenária do GEO sobre observação da Terra_2O intercâmbio de informações e o acesso a um número cada vez maior de dados podem melhorar as previsões de desastres naturais e as políticas de uso da terra, entre outras tantas aplicações em benefício da ciência e da sociedade. Este é o objetivo do Grupo Intergovernamental de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês) que, pela primeira vez, realiza no Brasil sua plenária anual.

Em Foz do Iguaçu, de 19 a 23 de novembro, será discutido como ampliar o acesso a dados que contribuam para o bem-estar da humanidade e a preservação do planeta. Atualmente, 88 países, a Comissão Europeia e 61 organismos internacionais, como Unesco e Organização Meteorológica Mundial, participam do GEO, que tem sede em Genebra, Suíça.

Por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil ganhou destaque no GEO por ter sido o primeiro no mundo a adotar uma política de livre distribuição de imagens de satélites, em 2004, quando os dados do Programa Cbers (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) passaram a ser oferecidos sem custo, pela internet, a qualquer usuário. O sucesso desta iniciativa pioneira levou outros países, como os Estados Unidos, a também disponibilizar gratuitamente dados orbitais de média resolução.

Outra importante ação brasileira consiste no “Cbers for Africa”, programa criado pelo Inpe com o apoio do Centro Chinês para Dados e Aplicações de Satélites de Recursos Terrestres (Cresda), parceiro no programa de satélites, para disponibilizar imagens gratuitas aos países da África. Antenas e estações de recepção de dados de satélites estão sendo instalados para cobertura de todo o continente africano.

“Sediar a Plenária do GEO coloca o Brasil em merecido patamar de destaque. Com o ‘Cbers for Africa’, o Brasil mostrou à comunidade internacional que é possível fazer muito quando se coloca a política pública de dados de observação da terra a serviço de mecanismos de cooperação internacional”, diz Julio D’Alge, coordenador de Observação da Terra do Inpe.

Aproximadamente 350 pessoas que representam os vários países e instituições participarão da Reunião Plenária do GEO. Na pauta, a implantação até 2015 de um sistema global para fornecimento de observações detalhadas da Terra. Denominado GEOSS (Sistema de Sistemas de Observação Global da Terra), seu objetivo é reunir e permitir a combinação de dados múltiplos de observação sobre oceanos, florestas, biodiversidade e desenvolvimento urbano, entre outros aspectos.

A Plenária será nos dias 22 e 23 no Mabu Thermas & Resort. No mesmo local, entre os dias 19 e 21, acontece uma série de reuniões preparatórias e eventos paralelos. Entre eles, o GEO Brasil, no dia 20, destinado a reunir instituições que atuam no país com dados de observação da Terra, como Inpe, Embrapa, Agência Nacional das Águas (ANA), Serviço Florestal Brasileiro, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre outras.

Na abertura da Plenária, na manhã de quinta-feira (22), estarão o ministro Fabio Pitaluga, chefe da Divisão do Mar, da Antártida e do Espaço do Itamaraty e chefe da delegação brasileira no evento, e o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia, representando o ministro Antônio Patriota no evento. Também estarão presentes o diretor do Inpe, Leonel Perondi; o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), Petrônio Noronha de Souza; autoridades dos  ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Meio Ambiente (MMA), das Relações Exteriores (MRE), entre outros representantes de instituições brasileiras e internacionais.

Fonte: Inpe


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