Desenvolvida pela equipe de Transferência de Tecnologia do Centro de Estudos a Metrópole (CEM), a mais recente edição dos setores censitários do recenseamento 2010 para as regiões metropolitanas do Brasil oferece um novo horizonte para as pesquisas sócio-espaciais. Associados a um sistema de informação geográfica, esses dados e arquivos cartográficos dão acesso a um conjunto integrado de informações que torna possível identificar áreas com alta concentração de pobreza ou atendidas insuficientemente por políticas públicas, transformando-se num instrumento fundamental para que a sociedade e o poder público conheçam e atuem nos lugares.

Foram digitalizados pelos pesquisadores do CEM os setores censitários 2010 para as 23 principais regiões metropolitanas do Brasil, corrigindo inconsistências fronteiriças e adequando-os ao Sistema de Informação Geográfica do Centro.

Os arquivos cartográficos contêm os dados de identificação, ou seja, geocódigo, unidades territoriais a que pertencem, situação etc., e são acompanhados das tabelas de dados colhidos pelo recenseamento 2010 do IBGE. Para tanto, foram selecionadas e criadas 499 variáveis a partir do questionário do “universo”, pesquisa que é realizada em todos os domicílios do país, facilitando o uso destes dados para os pesquisadores em geral.

Sobre os setores censitários

Os setores censitários são unidades territoriais básicas dos Censos Demográficos do IBGE. Agregados, permitem a obtenção de novas unidades territoriais de planejamento e aplicação das políticas públicas, especialmente nos níveis local e regional. Dessa forma, viabiliza-se o atendimento de áreas de nível escalar supra ou intramunicipais, como setores, distritos, bairros, comunidades, quilombolas, áreas de risco etc.

São ainda uma demarcação territorial elaborada pelo IBGE para atender aspectos operacionais do censo, contendo, nas áreas urbanas a média de 230 domicílios ou 700 habitantes. Seus limites são alocados sobre elementos de fácil identificação para o recenseador, como estradas, ruas ou rios. Porém, nem sempre é possível defini-los assim, como nas áreas rurais ou de favelas, em que os limites são mais difíceis de delimitar a partir de outros elementos da paisagem, como torres de energia, muros, morros e até linhas imaginárias.

O principal objetivo de construção do setor censitário para o IBGE foi delimitar uma área pequena o suficiente para ser recenseada por um único entrevistador, facilitando-se o controle e a remuneração. Nas áreas em que a coleta apresenta maiores dificuldades, por conta da especificidade da ocupação do espaço, os setores censitários são definidos como subnormais. É o caso das favelas, cujo padrão inclui alta densidade, vielas estreitas e sem nome, encostas, etc.

De todo modo, independentemente da qualificação do setor – rural, urbano, subnormal, etc. – os dados ali coletados constituem informação localizada e refinada, um reflexo muito interessante desse lugar e de suas diferenças com outros lugares. Os dados estão disponíveis no site do CEM, na área “Base de Dados”.

Fonte: CEM