A agricultura é uma das áreas que mais se beneficiam das imagens de satélites, capazes de monitorar grandes áreas em intervalos regulares com custos relativamente baixos. Informações obtidas a partir do espaço são usadas nas estimativas de safras, análises de mercado e gestão de estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Dados orbitais e metodologias desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) podem ser utilizados para aprimorar o monitoramento agrícola brasileiro.

Especialistas do Inpe e da Conab devem levantar áreas de interesse para possíveis projetos em conjunto durante reunião nesta quinta-feira (13/3) na sede do Instituto, em São José dos Campos (SP). Uma cooperação entre ambas as instituições pode resultar, ainda, na instituição formal da participação brasileira no GEOGLAM.

O GEOGLAM (Global Agriculture Monitoring) é um programa internacional liderado pelo GEO (Group on Earth Observations) que está na agenda do G20, grupo dos vinte países de maior economia. Um dos produtos do GEOGLAM é o “Crop Monitor”, que gera informações mundiais sobre o status da produção das principais commodities agrícolas, que são enviados mensalmente para o sistema AMIS (Agriculture Market Information System) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A CONAB já mapeia por satélites as principais commodities brasileiras, como soja, milho, trigo e arroz. A ideia é aprimorar e agregar dados e ferramentas que possam melhorar a informação sobre a oferta de alimentos.

“É uma das prioridades do G20, pois a falta de acesso à comida provoca conflitos mundiais, distúrbios sociais, alta de preços generalizada, entre outros problemas socioeconômicos. O Inpe pode colaborar com a CONAB para análises de áreas específicas e mesmo no desenvolvimento de novos produtos, como modelos de produtividade”, diz João Vianei Soares, pesquisador da Divisão de Sensoriamento Remoto do Inpe.

Os Estados Unidos e a China acompanham por satélites a produção no mundo todo, e alguns países contam com ferramentas para acompanhar suas safras, como o Brasil. A Europa também possui um programa de monitoramento que se prepara para ser global. Mas falta um sistema operacional que reúna dados que possam ser comparados e usados por qualquer país.

Experiência

O Inpe participa de grandes projetos de monitoramento, como o TerraClass Cerrado, em desenvolvimento com a Embrapa e outras instituições, que entre seus resultados deve trazer o mapeamento de culturas no Cerrado, bioma que concentra boa parte da produção agrícola brasileira. Além disso, criou o projeto Canasat, que utiliza técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento para mapear a área cultivada e fornecer informações sobre a distribuição espacial da cultura de cana-de-açúcar.

“Temos estudos e produtos que interessam a parceiros como a CONAB. O trabalho em conjunto deve trazer ganhos para ambas as instituições e favorecer o estabelecimento de um sistema operacional brasileiro para monitorar a produção de alimentos no Brasil, cujo mandato legal é da CONAB”, conclui o pesquisador do Inpe.

Fonte: Inpe


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