Mapear e analisar o potencial de formação e alcance das redes de informação, buscando compreender como as conexões se formam e se propagam no ciberespaço. Esta é a proposta do livro Geografia do Ciberespaço: novos territórios da informação em rede, escrito pela jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Paula Miranda. O lançamento da obra aconteceu na quinta-feira, dia 7 de agosto. Segundo ela, a nova configuração global é baseada em uma rede de cooperação e informação, mudando os conceitos anteriormente adotados em um mundo estruturado por fronteiras geográficas tradicionais.

Uma das ciências que vêm se adaptando a esta nova configuração é a Geografia que, com a Geografia do Ciberespaço, faz o mapeamento das redes de informação e cooperação e das inter-relações humanas através do mundo digital, procurando compreender como se formam os novos territórios virtuais.

Um dos focos da pesquisa foi o turismo, uma das atividades que buscam acompanhar as mudanças, pois é globalizante pela própria natureza. O ciberespaço turístico também envolve relações de poder e exige reflexões sobre o papel da comunicação para o desenvolvimento da atividade e o equilíbrio entre os interesses da comunidade, governo e iniciativa privada. A análise dos territórios virtuais foi realizada através do estudo de sites turísticos dos governos do Brasil e da Bolívia.

Os sites selecionados foram os do Ministério do Turismo do Brasil, Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso, Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Ministerio de Culturas de Bolivia, Gobierno Autónomo Municipal de La Paz e do Gobierno Municipal de Copacabana. A pesquisa foi realizada nos anos de 2010 e 2011.

O livro apresenta o potencial da formação das redes virtuais com uso de técnicas do Sistema de Informações Geográficas (SIG) aliadas a informações dos administradores dos sites com o uso de ferramentas próprias desenvolvidas pelos órgãos públicos e do Google Analytics, um serviço oferecido pelo Google para o monitoramento de sites, que fornece as estatísticas de acesso.

A partir da análise e avaliação dos resultados do mapa produzido, com o reconhecimento do potencial das redes de informação turísticas foi possível saber como se configuram essas conexões. A internet faz parte da vida cotidiana de todos e o estudo possibilita o planejamento estratégico do turismo nestes países, criando uma rede turística para o desenvolvimento dessas regiões.

“As tecnologias de informação e comunicação, por si só, não tem o poder de fazer a revolução em uma sociedade, mas possibilitam mudanças de ordem econômica, política, ética e cultural”, disse Paula Miranda.

Fonte: UFTM