Equipe técnica do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) identificou na região Ponta do Abunã, Rondônia, sete geoglifos. Até então, essas construções primitivas eram conhecidas apenas no Acre, estado vizinho. Dessa forma, a descoberta comprovou a continuidade das estruturas em sentido leste.

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Geoglifo identificado no Sítio Boa Esperança

Geoglifos são vestígios arqueológicos representados por estruturas geométricas (círculo, quadrado etc.), escavados em formas de valetas.Em geral, ocorrem em solos argilosos, dominado por um relevo suave, considerados “terra firme”. Podem atingir profundidade de 1 a 5 metros e diâmetro médio de 80 a 100 metros.

A equipe coordenada pelo geólogo Amilcar Adamy realizou atividade de campo entre as vilas de Extrema e Vista Alegre do Abunã, onde foram caracterizadas as construções, predominantemente circulares e quadráticas, algumas das quais parcialmente aterradas pelo processo de ocupação agropecuário da região. Só se tornaram visíveis após a remoção da cobertura vegetal nativa. A identificação desses geoglifos tornou-se possível com a importante contribuição do geógrafo Alceu Ranzi / UFAC ao analisar imagens de satélite da região.

A finalidade dos geoglifos ainda é duvidosa. Alguns pesquisadores acreditam que eles serviam para rituais, cerimônias religiosas ou até mesmo aldeamento habitacional.

A datação dos geoglifos ainda é desconhecida devido à falta de evidências mais seguras. Nas estruturas identificadas na Fazenda Colorado (Acre), um fragmento de carvão foi datado com idade de 1.275 A.D.

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Geoglifo do município de Seringueiras

Na Fazenda Riachuelo (Rondônia), foi observada uma castanheira abatida no interior da vala, sugerindo uma idade mínima de 600 a 800 anos. No leito do rio Madeira (sítios Teotônio e Morrinhos, Rondônia), o resgate de cacos de cerâmica revelou idades de ocupação superiores a 3.000 anos.

Embora a maior incidência das construções tenha sido identificada próxima ao território acriano, uma estrutura semelhante foi encontrada também no município de Seringueiras, durante avaliação arqueológica do entorno da rodovia BR-429, com diâmetro médio de 300m.

Fonte: CPRM