Estão disponíveis para download as novas versões das ferramentas para modelagem – espacialmente explícita – de mudanças de uso da terra (LuccME 2.1) e de emissões de gases do efeito estufa por desmatamento (INPE-EM 2.1), desenvolvidas pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

As duas ferramentas agora apresentam interface gráfica, guia do usuário, exemplos simples de utilização e documentação interna do código. As novas versões são resultado do primeiro ano do projeto “Monitoramento Ambiental por Satélite no Bioma Amazônia”(MSA/BNDES), financiado com recursos do Fundo Amazônia/BNDES.

No INPE, as ferramentas vêm sendo usadas em diversas atividades de pesquisa, como na elaboração de cenários para a Amazônia Brasileira e Boliviana (Aguiar et al., 2015; Tejada et al., 2015.).

Teses já concluídas ou em andamento na Pós-graduação em Ciência do Sistema Terrestre do INPE e em outras instituições também utilizam as ferramentas para estudos sobre a desertificação no Nordeste Brasileiro, cenários de desflorestamento no Cerrado, a distribuição espacial da malária em Rondônia, estimativas de emissões de CO2 na Caatinga, entre outros (ver LuccME/Projetos e INPE-EM/Projetos).

“Nosso objetivo com a disponibilização das ferramentas é ampliar a base de conhecimento sobre mudanças de uso da terra e seus impactos, viabilizando estudos em diferentes contextos e escalas geográficas. Esperamos que as pessoas se apropriem do conhecimento e possam inclusive desenvolver novos componentes para as ferramentas, por isso disponibilizamos o código fonte também”, diz Ana Paula Aguiar, pesquisadora do CCST/INPE.

Estimativas de emissões

A ferramenta INPE-EM é também a base para o sistema INPE-EM, um serviço do INPE que desde 2012 disponibiliza anualmente estimativas de emissões para a Amazônia, com base nos dados do sistema PRODES.

As estimativas brutas para 2014 foram de 252 MtCO2, correspondendo a uma taxa de desmatamento por corte raso de aproximadamente 5.000 km2.

O aprimoramento deste serviço também faz parte do escopo do projeto MSA/BNDES. “Estamos trabalhando, por exemplo, na melhoria dos mapas de biomassa e na inclusão das estimativas de emissões por degradação florestal no INPE-EM”, afirma Jean Ometto, chefe do CCST/INPE e coordenador de um dos subprojetos do MSA/BNDES.

Os resultados de uma primeira versão de um novo componente do INPE-EM que estima as emissões por degradação florestal foram publicados recentemente pelos pesquisadores do CCST (Aguiar et al, 2015), utilizando os dados do sistema DEGRAD do INPE, disponíveis para o período de 2007 a 2013 Os resultados iniciais apontam que as emissões brutas por degradação podem representar um acréscimo de quase 50% nas emissões de desmatamento por corte raso, considerando a média do período. “Em anos mais secos, no entanto, com maior incidência de fogo, elas podem se equiparar”, complementa o pesquisador. Para maiores detalhes sobre a publicação, clique aqui.

Fonte: Inpe