Programa Pernambuco Tridimensional vai disponibilizar gratuitamente o estudo topográfico de todo o território pernambucano, garantido mais agilidade e segurança para a implantação de novos projetos

Um mapeamento digital inteligente e eficaz que oferece uma caracterização detalhada de toda a extensão territorial do Estado, propondo melhores soluções ambientais, econômicas e sociais na área de infraestrutura.

É dessa forma que opera o programa Pernambuco Tridimensional (PE3D), lançado na última quarta-feira (21/12) em cerimônia comandada pelo governador Paulo Câmara, no Palácio do Campo das Princesas.

Pioneiro na América Latina, o projeto foi iniciado em 2014, ainda na gestão do ex-governador Eduardo Campos, e já realizou 97% da ortofotografia (representação fotográfica) e 100% do monitoramento a laser de todo o Estado.

O programa, que conta com um aporte de R$ 21,5 milhões do Banco Mundial (BIRD), vem contribuindo para o planejamento de barragens, controles de cheias e na prevenção de possíveis inundações.

O governador Paulo Câmara destacou que Pernambuco deu mais um passo importante para o desenvolvimento econômico, social e sustentável. “Depois de tanto esforço, tanto estudo, que se iniciou após as enchentes de 2010 e 2011 na Mata Sul, ficamos felizes em poder mostrar os resultados dessa experiência inovadora. O mundo nos exige cada vez mais planejamento, segurança e informações rápidas e de qualidade. E com esse trabalho, vamos ter condições de oferecer isso”, pontuou. O chefe do Executivo estadual ressaltou ainda a importância da ferramenta para os projetos futuros. “Órgãos como a Compesa, a Copergás, a Secretaria de Agricultura, entre outras, já utilizam com sucesso o programa e vão poder aprimorar suas ações futuras”, completou.

Multiuso

O PE3D tem enorme potencial de utilização para as intervenções que requerem detalhamento preciso do terreno, como estradas, ferrovias, barragens, sistemas de irrigação, serviços de mineração, redes de água, esgoto, energia e gás.

Em simultâneo, a base de dados auxilia na identificação de áreas de risco e danos aos recursos naturais, onde houve perda de solo e vegetação, contaminação das águas ou degradação de nascentes e áreas de recarga de aquíferos.

O programa trabalha também com o controle da expansão urbana em bases sustentáveis, identificando o estágio de verticalização das cidades e provendo as melhores soluções dos pontos de vista técnico, social, ambiental e econômico. A identificação detalhada do relevo possibilita quantificar previamente as transformações necessárias na realização de possíveis intervenções.

Almir Cirilo, secretário executivo de Recursos Hídricos, explicou como PE3D vai funcionar na prática. “Qualquer trabalho que requeira estudos topográficos passa a ter essa informação gratuitamente, com precisão e uma riqueza imensa de detalhes, que vai deste a imagem de satélite a um estudo profundo de solo, relevo e estrutura superficial. Então, quando se precisar fazer uma estrada, uma rede de esgoto, drenagem, aterros, implantações imobiliárias e industriais, qualquer pessoa vai poder ter acesso a todo esse material na internet e sem custos”, afirmou.

Já o secretário estadual de Desenvolvimento econômico, Thiago Norões, ressaltou que, além dos benefícios ambientais, a iniciativa vai atrair mais investimentos para o Estado pelo nível de detalhamento das informações territoriais oferecidas. “Esse material permite a identificação imediata de todas as informações relevantes do ponto de vista da cartografia e topografia para qualquer projeto, sem necessidade de ir a campo. Então, qualquer empresa que queira se instalar no nosso Estado vai poder contar com todo esse conjunto de informações relevantes, que, com certeza, vai agilizar o processo de escolha do local mais apropriado”, comemorou.

Parte do conteúdo já está disponível para download no site www.pe3d.pe.gov.br. Após a certificação do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itepe), toda a maquete eletrônica estará contida na plataforma.

No total, o levantamento conta com cerca de 75 bilhões de pontos, um a cada 1,3 m² de toda a extensão pernambucana, incluindo as coordenadas planimétricas e altimétricas.