Inteligência Artificial deverá ser arma de governos contra vazamentos de água na rede pública

Estados e municípios lutam diariamente para detectar esses vazamentos de água na rede pública e diminuir a perda de água, economizando recursos naturais e dinheiro público. O problema é que a busca de vazamentos é feita manualmente, por profissionais altamente especializados, chamados geofonistas. De acordo com o Instituto Trata Brasil, hoje o país perde, em média, 37% da água coletada por vazamentos nos ramais, ou seja, no encanamento entre a rua e as casas.

A startups sorocabana Stattus4 desenvolveu um sistema capaz de detectar vazamentos na rede pública de abastecimento de água. O projeto da empresa chama-se “Fluid: Sistema de Detecção Automática de Vazamento em Ramais”, que através do uso de tecnologia de Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquina, possibilita a rápida detecção de um vazamento.

De acordo com Marília Lara, sócia e responsável pela administração e marketing da Stattus4, a solução que a empresa encontrou foi desenvolver sensores que são conectados nos cavaletes das casas e, por meio da vibração dos encanamentos, detectar os sons que indicam a probabilidade de haver ali um vazamento.

Então, os sensores enviam para um software esses dados, e os vazamentos são mapeados e indicados para os técnicos, que podem se dirigir diretamente para a rua em que há chances de haver a perda de água no subsolo. Com isso, a procura por esses vazamentos deixa de ser manual, com um técnico indo de rua em rua procurando, o que demanda muito tempo, ou após crateras se abrirem no solo com os vazamentos.

Ou seja, toda uma rede de abastecimento pode ser monitorada em tempo real, maximizando infinitamente as chances de encontrar vazamentos de água. “Sensores emitem relatórios e assim o software possibilita a detecção rápida de vazamentos, sem a necessidade de um especialista, chamado geofonista, caçando o vazamento de rua em rua”, explica Marília.

Incubada do Parque Tecnológico de Sorocaba, a Stattus4 venceu o Prêmio Startup Assemae 2017, com seu projeto inovador na área do saneamento. A empresa concorreu com outras 20 participantes de todo o país e empatou em primeiro lugar com outra startup, a Wetlands Construídos. Os vencedores foram anunciados no encerramento do 47º Congresso da Assemae (Associação Nacional dos Serviços Municipais de Sanemanto), no último dia 22, em Campinas.

De acordo com Marcelo De Santis, gestor de startups da incubadora do Parque Tecnológico de Sorocaba, esse prêmio “mostra que nossa startup está no caminho certo para solucionar um problema grave que este ramo apresenta, um custo alto de tratamento e distribuição da água no qual se perde ao longo do caminho”, finaliza.

O Prêmio Startup Assemae 2017 é pioneiro na América Latina como iniciativa destinada inteiramente a soluções inovadoras no setor de saneamento básico, de acordo com seus organizadores. A iniciativa busca contribuir com o setor, apresentando novas tecnologias focadas na melhoria dos serviços públicos.