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A grande extensão territorial fez com que empresas brasileiras desenvolvessem sua capacidade de produção cartográfica para áreas extensas, com qualidade e de forma competitiva.

A produção cartográfica para grandes áreas tem peculiaridades que exigem, não só equipamentos apropriados, como também experiência dos técnicos envolvidos para adquirir e processar demasiado volume de dados, necessários ao cumprimento do objetivo.

Em 2009, o Estado de São Paulo licitou o mapeamento de todo o seu território, por aerolevantamento. A empresa brasileira Topocart, vencedora do certame, adquiriu e adaptou um LearJet para missões fotogramétricas, além das aeronaves que já possuía.

Houve necessidade também de adquirir uma câmera fotogramétrica com arquitetura e sistemas eletrônicos que permitissem a obtenção de aerofotos de alta precisão a uma velocidade de 900 quilômetros por hora.

No projeto de São Paulo foram mapeados mais de 300 mil quilômetros quadrados da área estadual, somados as bordas extra limites, com aquisição de quase 40 mil fotografias aéreas com resolução de 45 centímetros, 570 faixas de voo, 180 fotoíndices e mais de dois mil pontos de apoio em campo.

O trabalho foi executado em pouco mais de três anos e se tornou uma referência mundial em aerolevantamento.

Mapeamento de todo o território do Uruguai

Após pesquisas de metodologias de mapeamento, o governo do Uruguai lançou no ano de 2015, um edital internacional para mapeamento de todo o território do país em escala 1:10.000 e 86 cidades em escala 1:1.000.

A empresa vencedora foi a Topocart, muito em razão de sua experiência de mapeamentos de grandes áreas no Brasil.

O trabalho se encontra em fase de conclusão, sendo produzidos 6.596 folhas de ortofotos RGBI, 8 e 16 bits, MDT com resolução de 2,5 metros e exatidão de 1,0 metro a 95% de confiança; 2.755 folhas de true ortofotos RGBI 8 e 16 bits, MDT com resolução de 1,0 metro e exatidão de 20 centímetros a 95% de confiança.

Adicionalmente aos produtos básicos, estão sendo produzidos a hidrografia hidrologicamente consistida, limites de todas as propriedades rurais, curvas de nível, bacias hidrográficas e aglomerações urbanas.

As fotografias aéreas foram tomadas nas resoluções espaciais de 32 centímetros para o país e 10 centímetros para as cidades. Serão mapeados aproximadamente 178 mil quilômetros quadrados no território nacional e 1.290 quilômetros quadrados das áreas urbanizadas das cidades.

Toda cartografia será concluída conforme os padrões estabelecidos pela ASPRS e IDEuy (Infraestrutura de Dados Espaciais do Uruguai), estando os produtos entregues em banco de dados espaciais, segundo modelo conceitual desta organização, com prazo de execução de 30 meses.

A Topocart disponibilizou duas aeronaves de sua frota para execução da fase aérea, sendo uma delas o turbo hélice Carajá, capaz de cobrir uma área de até 10 mil quilômetros quadrados em um dia, equipado com a câmara aerofotogramétrica Ultracam Eagle Prime, fabricada na Áustria pela Vexcel, sendo esta uma das mais modernas e precisa câmara aérea do mundo.

O projeto está sendo conduzido pela AGESIC – Agencia para el Desarrollo del Gobierno de Gestión Electrónica y la Sociedad de la Información y del Conocimiento – e participação direta da Presidência da República do Uruguai, com financiamento do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Parte da base cartográfica da hidrografia já está sendo utilizada nos estudos de contenção de inundações recorrentes em áreas específicas do território, bem como está em curso o georreferenciamento de limites de propriedades, sob responsabilidade da Dirección Nacional de Catastro.

Quando concluído, este projeto será um marco para a engenharia cartográfica da América do Sul e do Uruguai, que atualmente tem uma base cartográfica elaborada há mais de cinco décadas. Proporcionará o conhecimento melhor do território e sobretudo das fronteiras, bem como o relevo com precisão, uma vez que será gerado o Modelo Digital do Terreno preciso de toda área mapeada.

Imagem: Divulgação