Blockchain permite que a informação seja distribuída – e não copiada – garantindo mais segurança e confiabilidade

Em tempos de crise política, o brasileiro vem aprendendo a questionar a forma como são feitos os negócios, de onde vêm os recursos para executá-los e qual o nível de transparência. Sendo assim, não é à toa que uma tecnologia como o Blockchain chame a atenção e ganhe status de ferramenta capaz de reinventar novos caminhos em diversos setores da economia.

Sem dúvidas, o Blockchain é uma das invenções mais geniais dos últimos tempos. Ele chegou para permitir que a informação digital seja distribuída, e não copiada, o que garante muito mais segurança e confiabilidade, com inúmeras possibilidades de utilização.

Saiba mais: Artigo e Infográfico – Geotecnologias e Blockchain: tudo a ver

Porém, uma das grandes dificuldades é a falta de mão-de-obra qualificada no Brasil. Muitos projetos acabam não saindo do papel por falta de profissionais qualificados – e de investimento também. “O Blockchain já existe há algum tempo, mas muitos profissionais ainda não se deram conta da transformação que ele representa”, afirma Henrique Leite, fundador da GOBlockchain, empresa de tecnologia especializada em Blockchain e plataformas DLT.

Confira pelo menos quatro bons motivos pelos quais vale a pena trabalhar com a tecnologia Blockchain:

1 – Mais oportunidades para empreender

O Blockchain é um livro que registra transações, sendo que todos podem ver e ninguém pode alterar. Embora seja algo simples, é inovador porque suas transações são continuamente verificadas e armazenadas na rede, que por sua vez são conectadas aosblocos anteriores, criando uma cadeia. Cada bloco deve se referir ao bloco anterior para ser válido.

Esta estrutura permanentemente evita que alguém altere o livro contábil básico. Para roubar qualquer valor, seria necessário alterar a metade de toda a cadeia mais um, e assim mudar o consenso da rede. A partir daqui, é possível compreender como é possível reinventar muitos modelos de negócios utilizando a tecnologia Blockchain.

Um exemplo de empreendedorismo nesse setor é a Digital Asset, que está em Nova York nos Estados Unidos. Em recente entrevista à revista Bloomberg Market a CEO da empresa, Blythe Masters, diz que a empresa está projetando um software que permitirá aos bancos, investidores e demais participantes do mercado a utilizar blockchain para mudar a maneira de negociar empréstimos, títulos e outros ativos.

2 – Entrar em um mercado onde não existe mão de obra suficiente

Muitas grandes empresas já estão usando o Blockchain para conceber e desenvolver produtos e serviços. Ainda que haja desconfiança frente à tanta inovação, empresas como Microsoft e bolsas de valores já estão investindo.

Um exemplo é a BMW, que está utilizando Blockchain a fim de garantir que as baterias para seus carros elétricos contenham apenas o Cobalto obtido livre de mão de obra infantil, o chamado “Cobalto limpo”. Cerca de 65% do mineral existente no mundo é fornecido pela República Democrática do Congo, onde sabe-se que 25% da extração ocorre em minerações artesanais não regulamentadas. Daí a preocupação da montadora.

No Brasil, as empresas estudam formas de se beneficiar do Blockchain, mas ainda esbarram na falta de profissionais qualificados para pensar soluções com a tecnologia.

3- Estímulo à economia colaborativa

Este é o tipo de economia em que bens e serviços são obtidos de forma compartilhada. Por exemplo, em vez de comprar um objeto que será usado apenas uma vez, você opta por aluga-lo em um aplicativo de celular. Muitas iniciativas de compartilhamento não se baseiam apenas no empréstimo ou no aluguel, mas também na troca.

A partir daí, imagine como o Blockchain pode ser uma poderosa ferramenta para garantir confiabilidade nessas transações, por meio de contratos inteligentes, executando ações desde as condições sejam atendidas.

4 – Possibilidade de disruptura com práticas já existentes

Graças aos contratos inteligentes, a necessidade de moderação por um terceira-parte pode ser drasticamente reduzida ou eliminada. Ao automatizar o que anteriormente exigia intermediários, muitos serviços podem ser oferecidos por um custo menor. Essa mudança será disruptiva para muitas indústrias, principalmente para aquelas com potencial para o comércio no modelo P2P (peer-to-peer).

Saiba mais: Artigo e Infográfico – Geotecnologias e Blockchain: tudo a ver

Paraná aposta em rede de blockchain para gestão pública desburocratizada

Na última semana, representantes do setor de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) do Paraná se encontraram em Curitiba para lançamento do programa Paraná Hub Blockchain, promovido pela Celepar. A Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná é uma sociedade de economia mista do governo do Estado do Paraná, e lançou o programa em parceria com a empresa canadense de soluções e inovação ‘Blockchain Research Institute’ (BRI).

O objetivo é criar uma gestão pública desburocratizada, ágil e, acima de tudo, com transparência baseado na tecnologia blockchain para agilizar processos e impedir desvios de recursos públicos. Carl Amorim, executivo da BRI Brasil explicou como o Paraná pode evoluir com o blockchain e se tornar um centro de atenção com a criação de políticas públicas, controle de gastos, orientação estratégica e abertura de novos mercados. “Vamos oferecer as condições para que o Paraná se transforme em um hub de tecnologia blockchain no Brasil, exportando essa expertise e servindo de referência para outros estados da federação”, disse.

O diretor-presidente da Celepar, Allan Costa, ressaltou a importância dessa parceria na desburocratização e inovação no serviço público. “Somos pioneiros no Brasil nessa iniciativa, quebrando paradigmas, colocando todos os órgãos do governo para conversar, e transformando a maneira de entregar serviços ao cidadão”, destacou.

Allan Costa enalteceu ainda “vamos levar a Celepar a um novo patamar, respeitando a história da tecnologia da informação, mas sendo protagonista no papel de inovação para que o Paraná se torne o estado mais inovador do país”.

Recentemente a Software by Maringá, entidade que reúne mais de 100 empresas de TI e startups, também anunciou a criação da Rede Maringaense de Blockchain que visa estimular a aquisição de conhecimento, pesquisa e desenvolvimento da região. De acordo com Luis Marcos Campos, presidente da entidade, “a ideia é escalar o faturamento do setor por meio da aquisição de conhecimento, pesquisa e desenvolvimento locais. Maringá tem grande tradição cooperativista, e a blockchain tem tudo a ver com cooperativismo e inclusão. É exatamente sobre esta visão que o sistema nasceu e guarda grande potencial de gerar riqueza e bem-estar social”, explica.

Guilherme Furlaneto, V.P. de Qualidade, Diretor Adjunto da Câmara de negócios financeiros (Fintech) da Software by Maringá e especialista em blockchain pela Oxford University, esteve presente no evento e participou de um painel sobre Blockchain.

De acordo com Fulaneto, a SbM está focada em trazer novas tecnologias de produção de software para empresas de TIC da região e auxiliar no desenvolvimento de um ecossistema regional especializado. “Maringá acaba de anunciar a criação de uma infraestrutura blockchain local, a criação de uma rede maringaense de blockchain com participantes das mais diferentes esferas. Com isso, queremos potencializar negócios de blockchain em nível nacional, em especial para as empresas voltadas ao agronegócio, contando com empresas especializadas em agrotech (tecnologia de agricultura). O objetivo é criar soluções para rastreabilidade de produtos agropecuários, em conjunto com a CELEPAR e a iniciativa blockchain do estado do Paraná para fomento a políticas públicas”, explica. Além de agrotech, está no radar da entidade aplicações de blockchain para construção civil (construtech), saúde (healthtech) e para o setor público.

Geo e Drones na Indústria 4.0

Você já pode marcar na sua agenda: de 25 a 27 de junho acontecem em São Paulo (SP) os eventos MundoGEO Connect e DroneShow 2019, os maiores da América Latina e entre os cinco maiores do mundo no setor.

Alinhados às tendências globais e com foco na realidade regional, o tema geral dos eventos este ano será “Geotecnologia e Drones na Indústria 4.0”.

Os conteúdos dos cursos, palestras e debates estão sendo formatados por um time de curadores para atender as demandas de empresas, profissionais e usuários principalmente nos setores de Agricultura, Cidades Inteligentes, Governança Digital, Infraestrutura, Meio Ambiente, Recursos Naturais, Segurança e Defesa.

Dentre as tecnologias disruptivas que estarão em destaque, estão Big Data, Inteligência Artificial / Machine Learning, Internet das Coisas, Realidade Virtual e Aumentada, BIM, Tecnologia Autônoma, entre outras, tudo isso cada vez mais integrado às Geotecnologias (Mapeamento, Cadastro, Imagens de Satélites, Inteligência Geográfica, GIS).

Perfil dos expositores da feira: prestadores de serviços de aerolevantamentos, mapeamento e cadastro; desenvolvedores de sistemas de análise espacial; provedores de imagens de satélites; fabricantes e importadores de drones; fabricantes de sensores e tecnologias embarcada; distribuidores de softwares, plataformas de processamento e análise de dados; agências reguladoras e órgão governamentais; empresas de consultoria e treinamento; distribuidores de equipamentos de geomática; empresas de mapeamento móvel, entre outras.

Veja a programação completa de cursos e seminários e garanta sua vaga! Confira um resumo de como foi a última edição dos eventos MundoGEO Connect e DroneShow:

Imagem: Divulgação