A Terra deveria estar entrando em um período de resfriamento, porém isso não vem acontecendo. Na verdade, esse fenômeno já deveria ter iniciado há uns 2 mil anos, porém o planeta insiste em continuar aquecido.

Um grupo de cientistas ingleses e alemães decidiu aprimorar o conhecimento científico sobre o clima. Financiado pelo Conselho de Meio Ambiente do Reino Unido e pela Fundação Alemã de Ciências, o estudo contou com a participação de cientistas das universidades de Southampton e Bristol, na Inglaterra, e Tuebingen, na Alemanha.

Ao invés de questionar os métodos de medição sobre os efeitos da ação humana sobre o clima, os cientistas decidiram avaliar o quadro de referência contra o qual o registro das temperaturas atuais está sendo comparado. Eles compararam o atual período interglacial com outro semelhante, ocorrido há 400 mil anos, conhecido como MIS-11 (Marine Isotope Stage 11).

Estudos anteriores usaram esta analogia para sugerir que o atual período interglacial deveria ter terminado entre 2,5 e 2 mil anos atrás, porém a Terra continua quente.

De acordo com a hipótese antropogênica, os impactos do desmatamento e das emissões de metano e dióxido de carbono estariam nos mantendo artificialmente nessas condições.

Agora, os pesquisadores usaram um novo registro de mais alta resolução dos níveis do mar, que reflete os volumes de gelo ao longo do globo. Eles descobriram que o atual período interglacial de fato já durou de 2 a 2,5 milênios a mais do que o previsto e, sob essa nova teoria, ainda não largamente aceita, os níveis do mar deverão se manter elevados ainda por outros 2 mil anos ou mais, mesmo na ausência de um aquecimento global causado pelos gases de efeito estufa.

Ou seja, indo na contra-mão de vários estudos que apontam a atividade humana como principal culpada do aquecimento global e das mudanças climáticas, os cientistas ingleses e alemães propõem que a atual "onda quente" é inteiramente enquadrável nas características normais do clima da Terra.

E agora? Quem está certo?

Com informações do Portal Inovação Tecnológica