A perspectiva é que uma área do tamanho da Grã-Bretanha, equivalente a cerca de 10% do cerrado brasileiro, seja desmatada até 2019.

O crescimento da produção de soja brasileira pode levar ao desmatamento de uma área de 220 mil km² num prazo de cerca de 15 anos, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela Ong WWF, em Genebra.

No documento, o grupo ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF) atribui a expansão da área de plantação de soja no Brasil ao crescimento da demanda pelo alimento na China e na União Européia.

O vice-presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Macel Caixeta, discorda das conclusões do estudo. "O Brasil hoje tem condições de dobrar a suas produção de soja apenas utilizando as pastagens que já estão sendo usadas, sem a necessidade de se derrubar nenhuma árvore", afirma. Além disso, Caixeta diz que "a fiscalização por satélite do governo assegura que qualquer expansão irregular seja detectada imediatamente". Hoje, o combate ao desmatamento no país é de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e do Exército, que contam com o auxilio de aeronaves de monitoramento, GPS (Sistema de Posicionamento por Satélite) GIS (Sistemas de Informações Geográficas) e imagens de satélite integradas a dados cartográficos.

O desmatamento

Em decorrência do desmatamento, segundo o WWF, várias espécies de animais ameaçados perderiam o seu habitat. Entre elas, estão o tamanduá e a onça.

"É preciso discutir mais o assunto, convencer os grandes consumidores a não comprarem nunca soja proveniente de áreas onde ocorreu desmatamento e estimular o cultivo em áreas que já foram utilizadas para outros cultivos", diz Ilan Kruglianskas, coordenador do programa agrícola e meio-ambiente da WWF-Brasil – organização, que embora não tenha participado diretamente do estudo da WWF internacional, monitora a preservação ambiental no país.

"Quando se desenvolve uma região, isso deve ser feito de forma sustentável para que as conseqüências para o meio ambiente sejam controladas", diz Kruglianskas.

Informações da WWF e Folha Online