Apesar de o Brasil ocupar quase metade da área da América do Sul, é responsável, sozinho, pela imensa maioria das queimadas no continente.

De acordo com dados do Inpe, no dia 3 deste mês, por exemplo, havia 996 focos de incêndio em todos os países sul-americanos. Desses, 898 (90%) estavam no território brasileiro. O segundo país do continente com maior registro foi o Paraguai, com 86 focos, seguido de longe pela Bolívia, com 8. Seguem-se, então a Argentina (2 focos), Guiana Francesa (1) e Guiana (1).

"As queimadas fazem parte da cultura do brasileiro", justifica o coordenador do ProArco (Ibama), Rubens Vargas Filho. Para o diretor de proteção ambiental do instituto, Humberto Cavalcanti, hoje o principal problema nem mesmo é cultural, mas econômico.

As técnicas alternativas costumam exigir investimento em maquinários para a preparação do solo. Já a queimada não custa nada, a não ser riscar um fósforo. Nesse ano as queimadas estão sendo realizadas sobretudo pelos pequenos produtores, pois lhes faltam subsídios e financiamento para que possam aplicar técnicas mais modernas.