Em sua primeira edição, o FOCO atingiu definitivamente o objetivo proposto desde o início: informar sobre as geotecnologias e mostrar como elas podem estar presentes no cotidiano das pessoas, promovendo ainda a integração e uma ampla troca de experiências.

A Santiago & Cintra, empresa patrocinadora, também atingiu sua meta: contribuiu com a fomentação da cultura no Brasil e mostrou a sua qualidade de distribuidora de peso no segmento das geotecnologias – mercado que atrai cada vez mais público.

Durante o ano de 2011 foram realizados no Museu de Arte Moderna de São Paulo três seminários, variando os temas de modo a abranger a presença crescente das geotecnologias na economia, na vida social e na cultura contemporânea. Foram eles Tempo, Espaço e Precisão.

No dia 09/11 aconteceu o terceiro seminário do FOCO. Santiago & Cintra. O projeto foi encerrado em grande estilo com o tema Precisão, proporcionando mais uma oportunidade para aqueles que não estiveram presentes nos dois anteriores.

Victor Campanelli, empresário agrícola e também dirigente do grupo Agro Pastoril Pascoal Campanelli, – um dos mais importantes do setor sucroalcoleiro do País – iniciou o terceiro FOCO com uma introdução ao conceito de Agricultura de Precisão e o impacto desta forma de produção na economia e na vida cotidiana.

Segundo o empresário agrícola, “nenhum terreno é homogêneo, mesmo em espaços pequenos”. O objetivo da Agricultura de Precisão é simples, “para cada tipo de terra é necessária uma quantidade específica de nutrientes. E isto é possível somente com o conhecimento técnico”, comenta.

A Agricultura de Precisão surgiu na década de 1930 nos Estados Unidos e de acordo com Campanelli, é um conceito jovem no Brasil que ocupa uma fatia de mercado muito pequena, mas que está crescendo exponencialmente.

Nessa mesma década foram feitos alguns testes e foi percebido que se o terreno for tratado do jeito que precisa, ele terá mais eficiência agronômica e melhor produtividade. Mas era difícil, já que naquela época não existia tecnologia. Atualmente ficou bem mais fácil, tanto do ponto de vista mecânico, quanto operacional. Com o advento do GPS e com a evolução da parte hidráulica das máquinas, foi possível fazer a junção das duas coisas: o GPS referenciando os pontos e a máquina aplicando de acordo com o que o GPS manda.

A Agricultura de Precisão é dividida em quatro passos básicos: “análise do solo, depois um sistema de informação geográfica identifica as necessidades, e então é gerada uma recomendação agronômica, para depois ser feita a aplicação no solo. Feito os quatro passos tem-se o ciclo concluído”, define o especialista.

Victor ainda ressalta os benefícios ambientais, ou seja, a utilização adequada e racional dos recursos naturais, o que minimiza o desperdício. “Se você aplica na terra somente o que ela precisa, você terá respostas e, consequentemente, estará economizando recursos naturais”, diz.

A Agricultura de Precisão proporciona ganhos significativos na produtividade de todas as culturas. “Se o investimento for certo, o sucesso será certo”, garante o empresário.

Campenelli conclui a palestra citando a seguinte frase de Albert Einstein: “O único lugar que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”. Para ele a tecnologia é essencial, mas é o trabalho que determina o sucesso em qualquer negócio.

Mas os procedimentos metódicos não são exclusividade desta tecnologia aplicada no campo. “A culinária e a gastronomia são terrenos onde a arte e a técnica se encontram. Para fazer uma comida especial é necessário ter talento artístico, sensibilidade, técnica e precisão”, afirma Josimar Melo, jornalista e crítico gastronômico. Em sua palestra no FOCO, Melo disse que “uma receita é uma instrução técnica, uma fórmula matemática de precisão”.

O especialista em gastronomia citou a revolucionária cozinha molecular ou “técnico-emocional”, liderada pelo chef de cozinha espanhol, Ferran Adrià. Baseado em uma visão inédita da utilização de técnicas absolutamente revolucionárias, Adrià utilizou conceitos de precisão nunca vistos na cozinha para desenvolver um processo de desconstrução da comida e para desvendar os sabores.

O especialista em gastronomia acredita que se o terreno da tecnologia e da precisão for usado com emoção, paixão e talento, será possível abrir uma nova fronteira para a gastronomia.

E para encerrar a edição de 2011 do FOCO. Santiago & Cintra com chave de ouro, o agricultor orgânico do setor horti-fruti e também fundador da cooperativa de produtores rurais entre serras e águas, Hatsu Ono, abordou a sua relação de precisão com a terra: precisar da terra e exercer a atividade com precisão.

“100% orgânico praticamente não existe, eu tenho meu jeito de preparar a terra, mas cada um faz como pode”, diz. O pequeno agricultor explica como ele prepara a terra. “Assim que acaba uma safra ou plantação, eu deixo crescer capim até certa altura. Depois eu roço um pouco deste capim e jogo sobre a terra, que serve de cobertura e proteção. É necessário deixar o solo bem protegido porque o sol e a chuva prejudicam-no”, alerta. Segundo ele, até a planta daninha tiririca, que para muitos é considerada como praga, serve como proteção.

Ono concluiu sua participação no evento dizendo que “a precisão nos processos é fundamental para garantir a qualidade”. Foi um ano para entrar na história, onde todos puderam ver de uma forma simples, como as geotecnologias podem estar presentes no dia a dia.

O FOCO. Santiago & Cintra deixa aplausos a todos os palestrantes que participaram do projeto: Amyr Klink, Ricardo Abramovay, José Ricardo de Carvalho, Estevão Rizzo, Antonio Tommaselli, José Carlos Vandressen, Dona Dijé, Victor Campanelli, Josimar Melo e Hatsu Ono.

Os interessados podem assistir as palestras, acessando este link.

Com informações de Laiz Santos