Tecnologia usada fornece uma espécie de impressão digital do material a partir da interação da amostra de solo com uma fonte de luz

Banco de dados reúne informações sobre a composição de milhares de amostras provenientes de diferentes regiões | Foto: Equipe GeoCis

Um acervo on-line com informações sobre a composição de amostras de solo coletadas em diferentes regiões e estados do país está sendo montado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Trata-se da Biblioteca Espectral de Solos do Brasil.

Para a composição da biblioteca, a técnica usada na análise dos solos é a espectroscopia, que fornece uma espécie de impressão digital do material a partir da interação da amostra de solo com uma fonte de luz – e seus diferentes comprimentos de onda. Com isso, são obtidos dados importantes para o planejamento agrícola, como teor de argila, carbono, capacidade de troca de cátions e ferro.

“É um método que, diferentemente das análises usadas comumente, não demanda o uso de produtos químicos que agridem o meio ambiente, é rápido e de relativo baixo custo”, disse José Alexandre Melo Demattê, pesquisador da Esalq e coordenador da iniciativa, à Agência FAPESP.

Demattê já trabalhava na montagem de uma biblioteca espectral dos solos do Estado de São Paulo desde 1993. Entre 2008 e 2010, o projeto Biblioteca espectral de solos de regiões agrícolas e suas implicações com aspectos químicos e granulométricos, com apoio da FAPESP, colaborou com a construção desse acervo, que hoje conta com aproximadamente 12 mil amostras já com espectros e outras 10 mil a serem analisadas.

“Os dados levantados em minhas pesquisas anteriores vão se somar à Biblioteca Espectral de Solos do Brasil. Fora isso, até agora, a biblioteca nacional já reuniu informações de nove estados, com seis mil amostras de terra processadas – 80% pertencentes à Esalq e as demais cedidas por parceiros externos – e três mil amostras em preparação para envio por diversas instituições. Contando estas, teremos ao menos 14 estados participantes”, afirmou Demattê.

No momento, o pesquisador está na Texas A&M University, nos Estados Unidos, com bolsa da FAPESP para aprofundar conhecimentos em duas frentes: na correlação direta entre as informações obtidas em campo, com a ajuda de sensores, ao banco de dados sediado na Esalq; e na utilização da biblioteca como base para estudos feitos a partir de imagens de satélites.

Fluxo de colaboração

De acordo com Demattê, é fácil para pesquisadores interessados participarem do projeto. “Basta coletar a amostra, efetuar análises químicas e granulométricas básicas e enviar o material conforme as instruções disponíveis em nosso site. Aceitamos amostras do Brasil e de outros países da América Latina, já prevendo uma possível expansão da biblioteca.”

Dois tipos de amostras chegam à equipe do Grupo de Pesquisa em Geotecnologia em Ciência do Solo (GeoCis), da Esalq, responsável pela biblioteca espectral. As individuais, coletadas em um único local, e as relacionadas à classificação de solos, coletadas em camadas específicas dentro de trincheiras.

Todas são enviadas dentro de sacos plásticos, secas, moídas, peneiradas e identificadas, com no mínimo 50 gramas. Além disso, os colaboradores informam o local de coleta, preferencialmente com latitude e longitude (caso não seja possível, com o nome do município mais próximo), e as análises realizadas – preliminares, caso não haja acesso a sensores de espectroscopia ou já com espectros identificados, se houver equipamento disponível.

Acesso aos dados

A equipe prevê a conclusão da Biblioteca Espectral de Solos do Brasil em julho de 2015 – embora a coleta de dados vá seguir de forma contínua. Os dados relativos a cada amostra estarão armazenados em um servidor central, vinculados ao nome do pesquisador e da instituição que colaborou com o envio do material. Haverá ainda uma cópia do resultado das análises em posse dos doadores originais dos materiais.

Os interessados em acessar as informações do acervo terão uma senha e buscarão os dados de acordo com a região de coleta das amostras. “Se estou no Acre e quero saber quem tem dados no Rio Grande do Sul, entro no site, procuro os pesquisadores desse estado e faço contato com eles, que autorizarão o acesso a análises específicas sob a responsabilidade da equipe em questão”, exemplificou Demattê.

Para mais informações clique aqui.

Fonte: Agência Fapesp


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