Pela Engenheira Olga Huertas

Muitos sabem que Hackathons são encontros de desenvolvedores onde se compartilham experiências entre colegas e hackers do bem. Estes eventos buscam tranformar as tecnologias utilizadas todos os dias em aplicações inovadoras e úteis. Estas celebrações de fanáticos por tecnologias e nerds estão na moda há algum tempo. Já são lendárias as jornadas e noites que dezenas de programadores e desenvolvedores digitais podem passar juntos para resolver um problema ou desafio tecnológico. Eles são organizados pela Mozilla, Samsung – até mesmo a própria Nasa – que buscam solucionar e levantar o perfil de questões como alterações climáticas, violência doméstica ou necessidades étnicas.

Os amantes de mapas e cartografias digitais – cada vez mais detalhadas – estão de parabéns com esta tendência, e estão começando a encher as redes sociais, internet e até mesmo painéis eletrônicos de aeroportos, com suas soluções para o território, gerados através da colaboração em massa.

A história dos “mapping parties” despertou a euforia no setor de geo. Se tratam de reuniões de geo geeks do colaborativo Open Street Map, que foi criado com o objetivo e finalidade de enviar aos membros da comunidade os reconhecimentos de uma área previamente definida – como sua quadra, bloco ou sua cidade inteira – com um software livre e um dispositivo móvel ou um receptor GPS. Assim começou o mapeamento com dispositivos móveis de tudo o que é encontrado, sendo representado por bandeiras, pequenos sinais e nomes de ruas – situados no território .

Mais recentemente, a modalidade interessou a governos e órgãos internacionais que começaram a perceber a importância de contar com a população para promover a participação, coletar informações e atualizar informações de um território de forma permanente. A exemplo disso, em meados de março passado a Casa Branca dos Estados Unidos lançou uma iniciativa para reutilizar dados do clima em todo seu território, para ajudar comunidades a lidarem com os impactos do aquecimento global.

O esforço inclui permitir que os dados federais do portal climate.data.gov fiquem acessíveis ao público e aos interessados em geral. O plano propõe desafiar a comunidade de programadores, ONGs e governos locais para demonstrar em que grau de vulnerabilidade às inundações costeiras se encontram no país, proporcionando, assim, novas informações sobre quais aspectos de infraestrutura devem ser melhorados e abordados frente à mudança climática. Muitas cooperações grandes como o Google Maps e Esri ofereceram o seu apoio para assegurar resultados satisfatórios para este tipo de projeto. Promissor, não?

Não é de se estranhar a grande quantidade de esforços de Geo Hackthons sendo feitos em muitos países, incluindo os considerados menos “tecnologicos” da América Latina, devido à grande disponibilidade de telefones celulares com GPS, dados, tecnologias e softwares livres.

Em Rotterdam, por exemplo, será realizado, no dia 8 de abril, um Geo Hackathon que visa desenvolver APIs e tecnologias baseadas na plataforma Esri organizado pela Xen Buijs, especialista holândes em tecnologias Geo StartUps. O projeto procurará proporcionar protótipos concluídos de aplicações com dados geográficos em apenas oito horas para que, em seguida, sejam expostos a empresários que queiram investir.

No Brasil, a feira de geomática MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014 incluiu um Geo Hackathon para os dias 7 e 9 de maio de 2014, convidando desde cidades pioneiras no governo eletrônico a equipes de jovens talentos que desenvolverão soluções focadas em seu território, utilizando dados geoespaciais abertos oferecidos pela Prefeitura de São Paulo. O evento se realizará de forma paralela a 4ª edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica.

E mais: nos países da América Central a explosão já começou. Uma fundação de especialistas em geoinformação chamada GeoCensos uniu forças com ninguém menos que a Nasa e com organizações empresariais de El Salvador como Casatic e o registro de domínio SV net sob o Space Apps Challenge, junto a mais de 90 sedes em todo o mundo de forma simultânea. A chamada tem como objetivo desenvolver aplicativos que resolvam problemas-chave de crescimento para o país, como alterações climáticas, o turismo, o desenvolvimento local e desastres naturais.

Os Geo Hackatons estão na moda. Vamos juntos  mapear um mundo melhor!


Maratona de Ideias Geográficas

E ntre os dias 7 e 9 de maio acontecerá o MundoGEOXperience – Maratona de Ideias Geográficas – em paralelo à 4ª edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014 – Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais – e será um espaço de integração, competição e desenvolvimento de soluções inovadoras para atender às demandas da sociedade, utilizando atributos de localização e análise geográfica.

Entre as atividades deste novo evento está o Geo Hackaton, um encontro que tem como objetivo encontrar soluções para problemas urbanos, com foco na Região Metropolitana de São Paulo, no qual serão apresentados desafios e dados geoespaciais para o desenvolvimento de soluções criativas e inovadoras para a sociedade. O evento terá dois dias de duração, com a apresentação dos dados no dia 8 de maio às 11h da manhã e prazo para entrega dos projetos até dia 9 de maio às 15h. A avaliação, divulgação do resultado e premiação será nesse mesmo dia, às 16 horas.

Todas as atividades do evento terão participação gratuita. Para mais informações e inscrições acesse www.mundogeoxperience.com e saiba tudo sobre este novo evento!