Engenheiro de software responsável pela implementação da nova plataforma é aluno do curso do Sistemas de Informação do ICMC

Plataforma móvel Cidadera que facilita o contato entre as prefeituras e os cidadãos

Falta de água, alagamentos, calçadas em mau estado, postes queimados, mato alto, buraco no asfalto, lixo e entulho jogados na rua: as reclamações postadas pelos cidadãos na internet parecem não ter fim. Preocupados com a questão, um grupo criou uma plataforma gratuita para que as prefeituras possam responder a mais de oitenta tipos de reclamações da população. Um aluno do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, e ex-alunos da UFSCar são os responsáveis pela iniciativa.

“O que buscamos com isso é facilitar o trabalho das prefeituras e entregar aos gestores uma visão estratégica para a tomada de decisões. Os gestores têm acesso aos detalhes da demanda incluindo relatos, fotos e a localização no mapa da cidade, adquirida pelo GPS do celular do reclamante”, explica o aluno do ICMC José Victor Bueno, 28 anos, engenheiro de software responsável pela implementação da ferramenta.

A ideia surgiu em decorrência de outro projeto lançado pelo grupo em 2013, o Cidadera, que é composto por um site e um aplicativo para o mapeamento colaborativo de problemas urbanos. Atualmente, o Cidadera é uma startup (empresa nascente de tecnologia) e em sua base de dados há cerca de dez mil reclamações em aberto. “Inicialmente, criamos um serviço na internet para os cidadãos exporem suas reclamações publicamente, principalmente aquelas que não foram atendidas pelos canais oficiais”, conta Victor Morandini Stabile, idealizador do Cidadera e diretor de tecnologia. “À medida que os meses passaram e o número de reclamações publicadas aumentou, prefeituras começaram a entrar em contato. Percebemos que muitas delas gostariam de atender melhor seus cidadãos na internet, mas não sabiam como”, acrescenta.

A demanda levou a equipe a construir uma ferramenta voltada especificamente para os órgãos municipais. “Agora, atendemos os dois lados: de um deles está o cidadão, que tem suas reclamações ouvidas e, do outro, colaboramos com o gestor municipal, centralizando e organizando as demandas”, comenta Bueno.

Para utilizar o canal e responder às reclamações dos cidadãos, as prefeituras devem acessar o site do serviço e fazer o cadastro, que é gratuito. Já os cidadãos que querem expor suas insatisfações podem usar tanto o site Cidadera quanto o aplicativo, disponível para download também gratuitamente.

Diferencial na formação – Na opinião de Bueno, a formação teórica sólida oferecida pelo curso de Sistemas de Informação do ICMC foi fundamental para o desenvolvimento da plataforma. “Os alunos que se formam na USP têm um diferencial: desenvolvem a capacidade de aprender sozinhos, tornando-se autodidatas. Por isso, somos capazes de aprender rapidamente a utilizar as ferramentas empregadas no mercado, as quais se alteram constantemente”, afirma.

O aluno do ICMC ingressou no projeto Cidadera no segundo semestre de 2014, quando fez o segundo estágio obrigatório previsto na grade curricular do curso. Foi nesse tempo que passou a desenvolver a plataforma voltada às prefeituras. Durante o primeiro estágio obrigatório, no primeiro semestre de 2014, Bueno desenvolveu um site de conteúdo para web na Sanca Ventures, uma aceleradora de startups de São Carlos. Foi lá que conheceu a equipe do Cidadera.

“Costumo dizer que a computação é a pedra lascada moderna porque é uma ferramenta que está presente em tudo no mundo. Por isso, há um campo de trabalho muito amplo para ser explorado. Em São Carlos, particularmente, há muitas empresas para estagiar”, conclui o aluno.

 


Durante o MundoGEO#Connect, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, que acontecerá de 5 a 7 de maio de 2015 no Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo (SP) haverá, no dia 7,  o Seminário Geoinformação para Cidades Inteligentes. Este seminário terá a presença de especialistas para discutir e apresentar resultados de projetos que incluem a coleta, processamento, representação e a análise de informações geoespaciais em sistemas de suporte à gestão inteligente de cidades.

Também será debatido sobre a relação inseparável entre o novo conceito de Cidades Inteligentes (Smart Cities) e a importância do acesso rápido a informações geoespaciais atualizadas, para facilitar a tomada de decisão em situações rotineiras e emergenciais nas áreas urbanas.

Acesse a programação completa do Seminário Geoinformação para Cidades Inteligentes.