Artigo escrito por especialista no assunto aborda como obter consistência cartográfica de imagens obtidas pelos famosos Vants e Drones. Confira..

Por Arthur Paiva

rdmc.phpComo todo engenheiro cartógrafo de ofício, sempre me mostrei preocupado com o aspecto cartográfico que uma imagem de drone apresenta. Reconheço os inúmeros avanços dos softwares de processamento do aerolevantamento não-tripulado (VANTs ou Drones), porém os produtos devem apresentar rigidez cartográfica.

O primeiro aspecto da consistência cartográfica é dimensional. Com o objetivo de garantir eficiência no apoio ao planejamento territorial e reduzir possíveis revisitas ao campo, a aplicação da projeção local (LTM) se mostra adequada em muitos contextos. Utilizada para mapeamentos de grande escala (>1:5.000), a projeção local apresenta baixos níveis de distorção, resultando em informações dimensionais precisas.

Em razão da projeção utilizada, é possível implementar um apoio topográfico virtual. Creio que o levantamento topográfico em campo jamais será substituído, devido a importância da materialidade dos pontos levantados, no entanto em áreas de difícil acesso, a topografia virtual surge como ferramenta para os operadores das imagens.

Do ponto de vista temático, a consistência cartográfica se reflete na correta classificação e interpretação das feições selecionadas. A escala de extração das características de cada local a ser classificado, está diretamente relacionada com a qualidade esperada para o mapeamento. As classes dos atributos devem ser tão precisas quanto a escala de aerolevantamento aplicada ao mapeamento.

Por fim, a documentação cartográfica (original) vem de encontro ao formalismo exigido (e adequado) para o mapeamento realizado. Um documento cartográfico é o mapa, propriamente dito. Este reúne todas as informações de interesse a serem passados para o usuário final. Há questões referentes ao contexto territorial do terreno mapeado, seus atributos inerentes e sua orientação geográfica que são considerados na confecção do original cartográfico, visando uma interpretação enxuta e sem ambiguidades.

Acredito que a qualidade cartográfica, além de assegurar ganhos de produtividade e redução de custos operacionais, permite maior segurança no tratamento das imagens oriundas dos VANTs. A fotogrametria não-tripulada já é uma realidade, no entanto esta precisa ser aperfeiçoada e refinada.

Aprendendo na prática

Para ensinar na prática sobre qualidade cartográfica de imagens obtidas por Drones, o Instituto GEOeduc convida toda a comunidade a participar de um curso online no dia 27 de abril de 2017 às 20h00 (hora de Brasília).

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No decorrer do treinamento abordado os conceitos cartográficos utilizados para o tratamento de imagens de drones. Além de questões dimensionais (projeção), posicionais (topografia) e temáticas serão explicitados e praticados no decorrer do webtreinamento, através do software ArcGIS for Desktop – software de grande relevância no contexto de tratamento de imagens.

 

arthur_paivaArthur Paiva – Engenheiro cartógrafo formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atualmente consultor e instrutor do instituto GEOeduc, possui 5 anos de experiência em softwares GIS e de Processamento Digital de Imagens. Apresenta conhecimentos em assuntos como, geoestatística, geomarketing, análise ambiental, gestão de banco de dados dentre outros temas. Atuou como suporte técnico e na confecção de materiais de cursos de extensão em geotecnologias pelo Laboratório de Geoprocessamento da UERJ (LABGIS UERJ). Possui experiência na área de agrimensura, como no mapeamento de estradas e túneis a partir de levantamentos geodésicos (Diferencial, estático e RTK) e a partir de levantamentos com equipamentos topográficos, como estação total, Laser Scanner fixo e o Laser Scanner Móvel (acoplado em automóvel).

 

Fonte: GEOeduc