Por ser um mercado com muitas possibilidades e ainda novo, ainda existem muitas dúvidas sobre que caminho seguir no setor de drones. Afinal, como arrumar trabalho?

Por Floriano Peixoto*

Com a regulamentação para o uso comercial dos Drones, por parte da ANAC e do DECEA, um grande mercado se abre dando segurança jurídica para quem atua ou pretende atuar nesta área.

Os Drones, ou melhor, os RPAS – Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas, que é o termo utilizado oficialmente pelos órgãos reguladores, não são baratos.

E como a própria sigla diz, não é simplesmente uma aeronave. É todo um sistema que engloba a aeronave em si, uma estação em solo e o links de comunicação aeronave/estação de solo.

E a grande pergunta é: Quanto de dinheiro eu preciso para entrar nesse mercado?

Hoje, a alternativa mais barata é começar com um Drone da DJI. Um Phantom, por exemplo.

O modelo ideal é o Phantom 4 Pro. Ele tem um câmera com excelente qualidade. Sensor de 25mm. e 20 megapíxels. O tamanho do sensor é fundamental na qualidade da imagem gerada. De nada adianta uma câmera com muitos megapíxels em um sensor pequeno.

Com o Phantom 4 Pro, pode-se produzir imagens e vídeos de alta definição para diversas aplicações. Estas aplicações podem ser divididas em dois blocos.

O primeiro, aonde não é preciso ter imagens georreferenciadas. Ou seja, não precisamos de dados do posicionamento da imagem no globo terrestre. Não precisamos de suas coordenadas.

E aí temos uma vasta área de atuação. As mais comuns são imagens e vídeos publicitários, cobertura de eventos, casamentos, acompanhamento de obras, monitoramento de áreas de preservação ambiental, apoio a operações de órgãos de segurança pública, defesa civil e por aí vai.

Acompanhamento de obras para fins publicitários e de engenharia

Em várias das opções citadas, é preciso apresentar imagens de boa qualidade e vídeos idem.

E, para tudo isso, precisamos de capacitação.

Primeiro, para operar o Drone com segurança e eficiência. O Phantom é muito fácil de voar e tem excelente estabilidade e controle. Com isso, muita gente não se preocupa em fazer um bom curso de pilotagem. E é aí que acontecem os acidentes, por imperícia ou por falhas no próprio equipamento.

A maioria das pessoas que opera Drones sabe o que é ou já ouviram falar em Flyaway. É o fantasma que acompanha todo piloto de Phantom e também de outras plataformas de voo. É o fenômeno em que o Drone para de obedecer os comandos do piloto e adquire vida própria.

Eu costumo brincar dizendo que ele se revolta com você e resolve voltar para casa. Para a China!

Brincadeiras à parte, a questão é séria. Estas ocorrências de Flyaway já diminuíram bastante, mas elas ainda acontecem. E o piloto deve saber o que fazer, pois na maioria das vezes é possível reassumir o controle do seu Phantom. E isso só um piloto com um bom treinamento terá uma reação imediata para evitar um Flyaway, salvando seu equipamento e seu investimento.

Flyaway ocorrido por falha de processamento do Phantom. Pousou distante 2.627m do ponto de decolagem

Em segundo lugar, precisamos de um bom curso de tratamento de imagens e de edição de vídeo. Sem isso, não se produz imagens profissionais, por melhor que seja a câmera do Phantom 4.

Desta forma, vamos simular os valores de investimentos necessários para prestar serviço com Drones, sem precisar de imagens georreferenciadas.

Os custos abaixo citados são apenas uma referência. Eles variam dependendo da fonte de fornecimento:

Phantom 4 Pro com uma bateria: R$8.500,00
Bateria adicional: R$1.000,00 cada (o ideal é ter duas baterias adicionais)
Ipad R$3.200,00 (preços variam bastante, dependendo do modelo)

Cursos presenciais – Valores de referência

Pilotagem: de R$1.000,00 a R$2.000,00
Tratamento de imagens: R$600,00
Tratamento e edição de vídeo: R$700,00

Agora, vamos falar das aplicações aonde são necessárias imagens georreferenciadas.

Normalmente são produzidas em voos de aerofotogrametria. A partir desses voos, as imagens produzidas são inseridas em softwares de processamento de imagens e geram produtos como MDS – Modelo Digital de Superfície, MDT – Modelo Digital de Terreno, MDE – Modelo Digital de Elevação e Ortofoto.

A partir desses produtos é possível gerar curvas de nível e fazer uma série de medições. Têm grande aplicação nas áreas de engenharia, agrimensura, topografia e agricultura de precisão.

Também em trabalhos de inspeção de grandes estruturas industriais, aonde um levantamento aerofotogramétrico realizado sobre uma linha de tubos de uma indústria, por exemplo, irá mostrar os pontos em que é preciso realizar manutenção, evitando o risco da inspeção visual por um trabalhador e os custos de montagem de andaimes para realizar a inspeção. Este é só mais um dos exemplos, mas já dá uma ideia do grande mercado potencial que temos.

Na agricultura de precisão é possível detectar falhas de plantio, plantas invasoras, solo exposto e contagem de plantas. Isto utilizando câmeras RGB, que são as câmeras coloridas que conhecemos.

Para trabalhar com imagens georreferenciadas vamos precisar de:

Software de planejamento, execução e acompanhamento de voo. Temos o DJI GS PRO. Por enquanto é gratuito.

Software de processamento de imagens. Agisoft Photoscan Pro: US$3.500,00 no site da Agisoft.

Computador para processamento de imagens: R$13.000,00

Se você não quiser investir muito dinheiro inicialmente, a opção é utilizar empresas que façam o processamento das imagens, pagando pelo processamento de acordo com sua demanda e, só quando tiver trabalho suficiente, investir em software e computador próprios.

E para trabalhar com imagens georreferenciadas você também vai precisar se capacitar.

Pensando nisso, a Albatroz Brasil Drones, em 31 de janeiro de 2017, foi pioneira ao lançar o curso presencial DJI PHANTOM – Porta de Entrada na Aerofotogrametria.

Hoje, já temos quase 40 profissionais que fizeram nosso curso vindos de diversos pontos do Brasil.

Estamos com a quinta turma de inscritos completa e abrindo uma sexta turma.

Maiores informações em http://albatrozbrasildrones.com.br/curso-phantom.

Mas a Albatroz Brasil Drones vai além da capacitação. Preocupados com a inserção no mercado das pessoas que fazem o curso conosco, criamos a Rede de Profissionais Albatroz Brasil Drones. Através dela promovemos o trabalho dos profissionais e a troca de informações e serviços entre todos.

Agora, se você não tem disponibilidade para fazer o curso presencial, temos o mesmo curso em vídeo. Não é um curso on line. São dois DVDs que são enviados pelo correio. Assim você pode assistir os vídeos quantas vezes quiser e não depende de internet.

O suporte às dúvidas e as atualizações são permanentes. Sem prazo de validade e sem custo adicional. E também poderá participar da Rede de Profissionais Albatroz Brasil Drones.

Maiores informações em http://albatrozbrasildrones.com.br/curso-phantom-video.

Até aqui, falei sobre o que se pode fazer começando com um Phantom 4 Pro, mas chega num ponto em que a autonomia e a área de cobertura de um Phantom 4 Pro não atende mais você.

Para grandes projetos e grandes lavouras, só uma aeronave de asa fixa dá conta do recado. Enquanto um Phantom 4 Pro pode cobrir em torno de 100 ha. em um voo (dependendo da precisão necessária ao levantamento), uma aeronave de asa fixa pode cobrir mais de 1.000 ha. Mas aí a coisa é muito mais complexa.

Existem inúmeros modelos, tipos, tamanhos e capacidades de cobertura dos Drones de asa fixa. E preço então, nem se fala. Podem variar de R$15.000,00 a R$100.000,00, só para ficar nos modelos mais conhecidos.

E, para justificar esta diferença, existem inúmeros fatores que precisam ser levados em consideração. Em primeiro lugar, a qualidade dos componentes utilizados, já que milagres não existem. Mas, também temos produtos sendo vendidos por um valor bem acima de seus concorrentes de mesma qualidade e performance.

Diante de tal complexidade, há pouco mais de um ano a Albatroz Brasil Drones produziu e lançou um guia em vídeo chamado “Como escolher um VANT ou Drone – Mitos e Verdades – Expectativas e Realidade”. Porém como ele tem uma ementa muito maior do que o seu título sugere, hoje chama-se: “ Drones – Tipos – Funcionamento – Operação”.

Maiores informações em http://albatrozbrasildrones.com.br/curso-sobre-drones.

Com este guia você terá condições de avaliar qual a melhor aeronave para o trabalho que você pretende fazer.

Floriano Peixoto* é pesquisador, responsável pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento de VANTs – Veículos Aéreos Não Tripulados, desenvolvido na UNISANTA – Universidade Santa Cecília, em Santos.

Projetista, construtor e piloto de aeronaves experimentais desde 1980. Diretor da Albatroz Brasil Drones

Este artigo é de responsabilidade do autor