Cristhiane Cordeiro e Rogerio Galindo
De 24 a 28 de agosto, satélites invadiram Recife. Era o que anuncia-vam 30 outdoors espalhados pela cidade, ao divulgar o I Congresso e Exposição de Geotecnologias do Nordeste – expoGEO Nordeste98. Durante 5 dias, técnicos, empresários e tomadores de decisão se reuniram para debater e divulgar solu-ções que as geotecnologias podem trazer para a região.

O prefeito de Recife, Roberto Magalhães e a presidente da Fidem (Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Recife), Sônia Calheiros abriram o evento, ressaltando a importância da divulgação de ferramentas tecnológicas para o planejamento. Cláudio Marinho, da Softex/Recife confirmou a modernidade das geotecnologias. "Mesmo no nordeste do Brasil, já se foi o tempo em que governar era abrir estradas. Governar é possibilitar o acesso às vias da informação, às redes de computador. A Internet e geotecnologias podem ajudar o desenvolvimento de regiões como o nordeste".

O encontro contou com apoio do Governo de Pernambuco e reuniu 900 participantes, entre visitantes da feira e da exposição Imagens da Terra e inscritos em cursos, palestras e fóruns. Especialistas orientaram cursos técnicos de 8 horas, voltados às áreas de geotecnologias. Cerca de 100 palestras expuseram projetos de instituições públicas do país.

Representantes de 6 estados discutiram em fóruns maneiras de usar a geoinformação. Dirigentes políticos e técnicos apresentaram projetos já em andamento e discutiram novos programas.

No fórum para regiões metropolitanas, além da proposta de continuidade das discussões (decisão comum a todos os fóruns estaduais), decidiu-se criar uma página na Internet dedicada a uso de geo em capitais. A página de-verá ser mantida pela Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan).

Prefeitos
O governador Miguel Arraes abriu o I Congresso Estadual de Prefeitos, evento simultâneo promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). A proposta era atrair dirigentes municipais para divulgar o uso das geotecnologias em instituições públicas. Ao mesmo tempo uma feira com 26 empresas de todo o país mostrou como o futuro pode chegar em qualque recanto do país.

BID
O evento trouxe à tona uma questão importante para o desenvolvimento das geotecnologias no Brasil. A presença da consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luciana Pimentel, deu margem a propostas para incluir o geoprocessamento em um programa de financiamento, que tem recursos disponíveis de U$ 2,2 bilhões para modernizar prefeituras. No plano inicial não foi previsto financia-mento para a área por "não haver muitas histórias de sucesso", disse a consultora.

Abertura do evento

Amyr Klink e GEO

A palestra do navegador Amyr Klink foi um dos pontos altos do expoGEO Nordeste98. Mais de 500 pessoas se reuniram no auditório do Mar Hotel para ouvir o navegador contar aventuras de suas viagens solitárias e experiências com o uso de geotecnologias. Em outubro, Klink fará nova expedição, desta vez contornando o continente Antártico. Pela 1a. vez não haverá aparelhos de astronomia convencional a bordo, apenas receptores GPS. "O GPS foi uma mudança radical na minha vida. Hoje, para encontrar amigos pescadores só preciso saber o par de coordenadas em que costumam aportar", disse. Além de GPS, Klink levará cartas digitais fornecidas pelo Almirantado Britânico. Motivo: "o Southern Ocean, em que vou navegar, não é identificado nas cartas brasileiras", diz Klink.