O Brasil entrou definitivamente no restrito mercado fornecedor de imagens de satélite, ao lado de países como EUA, França e Canadá. Desde o início de maio, estão à venda as imagens do CBERS-1, satélite sino-brasileiro lançado em outubro de 99. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que desenvolveu o projeto do satélite em parceria com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, é o responsável pela comercialização das imagens no Brasil. As estimativas apontam que a venda no Brasil e no exterior pode gerar cerca de US$ 1,5 milhão anuais. O presidente do INPE, Márcio Nogueira Barbosa, afirmou em palestra no GEOBrasil 2000, em São Paulo, dia 16 de junho, que o Instituto está se empenhando em produzir imagens com qualidade superior às do Landsat e política de preços agressiva. "Com o satélite em mãos podemos fazer isso, até então vínhamos revendendo imagens de satélites de outros países", explicou. "A tabela de preços para a compra de imagens das duas câmeras ficará a metade do preço de uma imagem da mesma área feita pelo Landsat", completou Barbosa, acrescentando que é possível que o INPE pare de vender imagens de outros satélites.
Outra novidade divulgada é a de que será lançado um programa de fomento à utilização dos dados do CBERS, disponibilizando imagens do satélite gratuitamente para projetos que utilizem sensoriamento remoto. Segundo o diretor do Instituto, a chamada para apresentação de projetos logo estará no site http://www.inpe.br. Barbosa também informou em sua palestra que uma das três câmeras do CBERS, a WFI (de largo campo de visada), que imageia uma faixa de 890 quilômetros de largura, está inoperante desde 9 de maio. O equipamento foi colocado no satélite sob responsabilidade brasileira e custou US$ 600 mil. As duas câmeras restantes, uma com 20 metros de resolução e outra de varredura do infra-vermelho, continuam operando normalmente. Segundo o site do INPE, a perda da WFI reduz em 1,5% a capacidade de transmissão de dados do satélite. Imagens do CBERS estão disponíveis no site www.dgi.inpe.br. Os pedidos de compra podem ser feitos via Internet, mas antes é preciso obter uma senha no Centro de Atendimento ao Usuário (ATUS) do INPE, cujo telefone é (12) 560-9226. Em 2001, entrará em órbita o CBERS-2, e ainda discute-se a ampliação do programa, com a inclusão de mais três satélites, o que aumentaria a participação brasileira no projeto de 30 para 50%.
Imagem feita pela câmera WFI que mostra o noroeste do Estado do Amazonas.
GEOLOG 2.1: base cartográfica cadastral de São Paulo
A Prefeitura Municipal de São Paulo está vendendo desde o início deste ano uma base de dados de São Paulo denominada Geolog, versão 2.1. O Geolog 2.1 é uma base cartográfica digitalizada a partir das plantas de setores fiscais existentes na Secretaria de Finanças, na escala 1:5.000, com última atualização feita em 96. Trata-se de um mapa planimétrico cadastral, contendo 15 camadas (layers), e tendo como menor unidade de referência a quadra. O banco de dados alfanumérico associado ao mapa contém o os códigos das quadras e logradouros, e a numeração de começo e fim de quadra. A Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo), que produziu o mapa, está procedendo sua atualização, através de vôo fotogramétrico, e pretende acrescentar informações como logradouros ainda não oficializados e outros dados do Departamento de Regularização do Solo, como loteamentos irregulares. "Vamos inserir também as mãos de direção, definidas pela companhia de controle de tráfego", afirma Bernardus Van Den Berg, gerente de projetos da Prodam. Atualmente o Geolog está na Internet à disposição das consultas da população no Portal Sampa: www.portal.prodam.sp.gov.br. Para mais informações, fone: (11) 5080-9432 ou e-mail: bberg@prodam.sp.gov.br.
Vazios cartográficos do Brasil serão mapeados
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está combatendo os vazios cartográficos brasileiros. Num esforço para regularizar a cartografia sistemática nacional, o Instituto fechou contrato com a Intersat, de São José dos Campos, para o fornecimento de imagens do satélite francês SPOT sobre as áreas do país onde há grande carência de informação cartográfica. O processo de licitação pública foi vencido pela empresa no final de 99. Ela fornecerá 30 imagens SPOT monocromáticas, com resolução de 10 metros, para auxiliar campanhas de mapeamentos em escalas médias (1:50.000 1:100.000). "Depois de corrigidas geometricamente, essas imagens serão a base cartográfica de maior precisão para essas porções do território nacional", afirma Osvaldo H. Nogueira Jr., gerente técnico da Intersat. Atualmente já existem imagens em boas condições para as porções nordeste do Estado do Maranhão, noroeste do Pará e sudeste da Bahia. Há 11 cenas prontas para o uso da equipe de rastreio do IBGE, que conduzirá a coleta em campo de pontos de controle com aparelhos GPS para corrigir o posicionamento cartográfico das imagens. O valor total do contrato é cerca de R$ 230 mil, tem duração de 6 meses e será prorrogado por mais um período. Em paralelo, a Intersat e o IBGE assinaram um termo de compromisso para a venda consignada das publicações e cartas topográficas do Instituto.
Áreas que já foram imageadas pelo SPOT