Uma obra de drenagem feita pelo extinto DNOS (Departamento de Obras e Saneamento), em 1968, criou um deserto químico no norte do Espírito Santo. Para reverter a situação, o estudo de impacto ambiental (EIA) e o zoneamento agrícola da região já estão prontos e os técnicos agora estão fazendo um mapeamento da flora, fauna, água e solo do vale.

O próximo passo é fazer reuniões com os produtores locais para estruturar alternativas de manejo sustentável da área. Uma saída seria alagar a região novamente e depois torná-la área de conservação e desenvolver o ecoturismo.

A área atingida é de 32.870 hectares, equivalente a 18 arquipélagos de Fernando de Noronha. Segundo a Seama (Secretaria do Meio Ambiente do Espírito Santo), o solo da região é rico em enxofre, que foi oxidado com a exposição causada pela drenagem, transformando-se em ácido sulfúrico. Na época não eram feitos estudos de impacto ambiental e essa característica do solo não foi detectada.

O objetivo da obra era tornar o lugar um grande celeiro de grãos e, somente 33 anos após realizado o projeto, as conseqüências foram identificadas cientificamente.