Umas das mais longas e polêmicas mesas de discussões do XX Congresso Brasileiro de Cartografia, que aconteceu em Porto Alegre há duas semanas, reuniu representantes do IBGE, Incra, Exército e iniciativa privada para discutir o tema "Soluções para o Mapeamento Nacional".
O Brasil há 30 anos não atualiza seu mapeamento integral na escala 1:25.000; a responsabilidade do trabalho seria do governo federal, através do IBGE e também do Exército. Só que este mapeamento vem acontecendo por intermédio da iniciativa privada, e de forma desordenada.
A conseqüência tem sido a realização de mapeamentos desencontrados e o desperdício do dinheiro público. Da mesa, participaram Isabel F. T. e Silva, do IBGE, coronel Pedro Luís Sanchez, empresário Irineu Idoeta, e engenheiro cartógrafo Emerson Zanon Granemann, como coordenador. Para ilustrar a situação da cartografia brasileira, Emerson citou o exemplo de cidades do interior paulista que chegam a ter de cinco a seis mapas urbanos feitos de formas diferentes.
Segundo ele, esta situação brasileira é antiga e tem recebido como justificativa a falta de verba do governo. Entretanto, outros fatores agravam o problema, como a falta de uma cultura nacional de mapeamento e a grande extensão do território brasileiro.
A proposta da coordenação do XX Congresso da SBC (Sociedade Brasileira de Cartografia), que foi encaminhada e aceita pelos congressistas presentes, é a de que, se o governo não tem verbas para realizar o mapeamento brasileiro que, pelo menos, organize aqueles isolados que vêm ocorrendo, através de uma normatização.