Ontem (23/5), o Congresso GEOBrasil 2002 colocou em pauta, mais uma vez, os impactos da mudança do referencial geodésico brasileiro para os usuários. O assunto reuniu grande número de pessoas em um Fórum de Debates, mediado por Régis Bueno, que contou com a participação de Kátia Duarte (IBGE), Edvaldo Fonseca (USP), Ricardo Lomba (Petrobras) e Elaine França (Cemig).

A mudança do Datum, em algumas empresas e instituições, provoca apreensão por exigir um grande esforço na conversão de dados e pelo custo financeiro. Kátia Duarte abriu a discussão lembrando que não se trata de uma opção. "Se o usuário não seguir, ficará fora do Sistema Cartográfico Nacional", alertou.

A mudança tem data prevista para 2004, sendo que o IBGE avalia que a transição levará de 7 a 10 anos. Por enquanto, o órgão orienta os usuários a adotarem o sistema WGS 84 na coleta das informações, o SAD 69 para documentos cartográficos e a utilização de dois bancos de dados – em SAD 69 e WGS 64. Além disso, é importante que tudo seja disponibilizado em meio digital, para facilitar a conversão. Uma das dificuldades enfrentadas neste processo é a falta de informação.

"O usuário terá que estar preparado", destacou Edvaldo Fonseca, que participa dos Grupos de Trabalho que estão definindo o novo Datum. Umas das dificuldades é a falta de informação. Muitos usuários não levam aos Grupos de Trabalho a sua realidade e problemas, que acabam não sendo discutidos e, portanto, correm o risco de ser desconsiderados. Membro da mesa, Ricardo Lomba contou que a Petrobras, por exemplo, usa um referencial próprio.

"Minha sugestão é que cada empresa avalie a conseqüências e impactos sobre suas atividades".