O futuro do programa espacial do Japão pode estar ameaçado pelo fracasso de um teste de lançamento de um satélite comercial, que ficou fora de sua órbita correta.
O episódio, ocorrido em fevereiro e o mais recente de uma série de revezes, deve levar a empresa norte-americana Space Systems/Loral a cancelar um contrato com a Rocket System Corporation (RSC) para lançar satélites usando um novo foguete japonês, o H-2 A, o que seria um grande golpe para o programa espacial do país asiático.
O presidente da RSC, Yoshihisa Tsuda, disse a uma comissão governamental que a Loral deve cancelar o contrato, assinado em 1996, faltando ainda oito satélites para serem lançados, informou o diário econômico Nihon Keizai Shimbum. Um cancelamento de contrato pela Loral deixaria a RSC sem acordos para lançar satélites, à exceção de um com o governo japonês para colocar em órbita um satélite para o controle dos transportes, no próximo ano. No episódio de fevereiro, o Japão lançou com sucesso seu novo foguete, mas a falha em pôr um satélite de teste em sua órbita correta colocou em risco os esforços do país de entrar no lucrativo mercado de lançamento de satélites comerciais.
O H-2 A japonês enfrenta um mercado amplamente competitivo, que é dominado pelos foguetes europeus Ariane, seguidos de outros dos EUA, da China e da Rússia. O programa espacial japonês depositou sua própria existência no sucesso do projeto do H-2 A, depois de especulações de que seu financiamento poderia ser cortado no projeto de reformas do primeiro-ministro Junichiro Koizumi.