As histórias de um dos mais belos cartões postais do Brasil aparecem contadas em 20 mapas desenhados ao longo de 500 anos na curiosa exposição "O descobrimento do Rio de Janeiro", que está no Espaço Cultural da Marinha, no Rio.
O Serviço de Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha guarda cópias de cartas produzidas desde a Idade Média – as chamadas ""cartas portulano"", tipos de mapa usados para navegar no Mediterrâneo – até a cartografia do período colonial, que embasam o corpo da mostra.
A exposição não se notabiliza pela presença de raridades originais, visto que é basicamente composta por boas reproduções fotográficas. Essas imagens foram reunidas na mesma mostra ancoradas por um roteiro traçado a partir dos estudos do contra-almirante Max Justo Guedes, diretor de Patrimônio da Marinha e um dos mais renomados especialistas em Cartografia no país (foi um dos pesquisadores convidados para escrever a Brasiliana editada no ano passado pela Biblioteca Nacional).
A exposição apresenta a evolução do conhecimento geográfico no Ocidente. Na Idade Média, as ""cartas portulano"" serviam para a vida comercial fechada que a Europa vivia então.
A partir do Renascimento, porém, os europeus resgataram a obra de Ptlomeu, o grande geógrafo que viveu no século 2 em Alexandria, para tentar desbravar o Oriente. É mostrada essa visão ptolomaica do mundo que a cartografia européia trazia e que foi modificada depois, principalmente pelos portugueses.